Calma era tudo que eu devia ter tido antes de dizer que não queria mais continuar e todo medo que eu tinha se foi depois que te perdi e a ilusão que ficou de tudo voltar atrás ou do tempo se partir e trazer as palavras que eu não disse para que pudesse fazer você ficar, e nada agora é suficientemente forte para me ensinar a aceitar que minha vida ficou entre os espaços, de quando estava aqui e do que tenho para continuar sem você.
Nada é suficiente para apagar os dias em que eu tive você em meus braços e me perco assim, tentando não abrir meus olhos e enfrentar meu mundo e deixar de me esconder em coisas que tínhamos em promessas enroladas em colchas através de noites mal dormidas e de sono perdido pelo amor que se fazia presente e agora onde tudo isso foi parar, se você não está aqui para ver que choro por não ter nada do que foi prometido e todo sentido que não posso suportar sem você, me acompanha como pedaços de vidro sob meus pés descalços.
Se eu pudesse saber o que fazer para parar o tempo naquela hora para não ver você ir embora em seu plástico e saltos altos, eu faria tudo ficar lento e cego e quebraria a promessa que fiz em te fazer feliz e entraria em sua barriga e como um feto imploraria para não me abortar de sua vida, mas onde haveria a razão de amar você? A felicidade que procurava não estava mais em mim e nada que eu fizesse seria o que te faria ficar aqui e se eu pudesse... Eu sorriria.
Cabendo agora acontecer meus dias dentro da minha solidão, que se espalha pelos cantos e fica parecendo me ferir em tudo que penso e sinto e tudo que olho machuca o que vejo, por não ter você aqui e eu que cheguei a pensar que esse amor fosse ficar para sempre e ainda acreditei que nós pertencêssemos à beleza infinita de estar aqui até o final dos tempos. E agora você corre, corre em outro amor e aqui tudo muda a cada minuto por não encontrar mais o que um dia me deu em paz e muda tudo que eu sonhei e apanho minha desilusão e dor e as liberto de mim.