Olhando para mim tão vagarosamente descobri que tudo que sentia havia ido embora para sempre e fiquei parado com as mãos erguidas como se o céu pudesse me devolver o que perdi, mas sozinho no meio do quintal, numa noite fria e distante em pensamentos, apenas me lembrei de seus olhos tristes e tudo que desceu do céu foi uma chuva rala que confundiu as minhas lágrimas. E nada que eu mais deseje nesse momento se compara com o que tenho que fazer, que é esquecer de você e deixar com que se vá.
E já que não há nada que eu possa fazer para manter o que se foi, eu vou me superar e sei que amei, mas sinto que tudo se esvaziou dentro de mim e por alguma razão ainda respiro e não posso mais ficar mantendo esse amor aqui e essa chuva que molha meu rosto faz com que eu me sinta assim por dentro, e me sinto tão cansado com isso. Não suporto mais viver sob as lembranças de alguém que se foi, e com esses rostos que surgem em minha mente, me apavorando em sonhos e você não foi como um carrasco e não merece que eu lembre de você assim.
Rostos que me fazem sentir em pedaços e promessas que sonhei em manter, e nem acredito que se foram juntas com você e tudo muda em mim cada vez que tento sentir você aqui e vem essa dor e joga no chão tudo que ainda tenho de mim. Quero arrancar você do meu mundo, mas eu acho que eu cheguei a um ponto onde minha loucura e sanidade se mistura e nem sei mais onde começa você e termina o que sou, e não tem mais que ser assim, agora sou eu sozinho aqui para me reerguer.
Vou parar de amar você e começar a me amar, já que tudo chegou ao fim e nada que eu faça vai apagar o que nos tornamos agora ou nos trazer de volta ao inicio e ter apenas a lembrança daquela noite chuvosa que pertencia a mim e a você e minhas palavras que diziam: “não vá para casa, nunca vá para casa!” e você apenas sorria e partia meu coração, enquanto a chuva secava as minhas lágrimas. Você me perguntava o motivo de estar chorando e dizia: “vamos ser felizes!” e sim vou, eu aqui e você onde você está agora.