Fazer plágio, amigo leitor, é uma arte. O plagiador sempre conserva algo de sua personalidade, o que pode tornar o plágio inconfundível. Senão ve-jamos. Objeto do plágio: "Tinha uma pedra no meio do caminho"...(Carlos Drummond de Andrade). Como interpretaria isso alguém:
Exagerado - tinha uma montanha no meio do caminho.
Azarado - tinha uma pedra no meio do caminho e - ui! -só agora eu vi.
Sortudo - tinha uma pedra preciosa no meio do caminho.
Hipocondríaco - tinha um cálculo renal no meio do caminho.
Trágico - tinha uma avalanche no meio do caminho.
Prolixo - tinha um elemento de calcário de formato irregular no meio da via não-asfáltica que conduz os caminhantes em direção a seu destino.
Marido ausente - tinha um pedreiro no meio da caminha.
Latifundiário - tinha um caminho no meio da minha pedra.
Saudosista - tinha uma pedra onde é hoje este caminho.
Inconformado - por que tinha uma pedra no meio do caminho?
Autoritário - tirem esta pedra do meio do caminho!
Distraído - O quê? Tinha uma pedra no meio do caminho?
Gay - tinha uma lantejoula, maaaravilhosa, no meio da passarela.
Contador de vantagens - tinha uma pedra enorme no meio do caminho; fui lá e removi em dois tempos.
Otimista - pedra, nada! Pode ir tranquilo que o caminho está livre.
Oposição - tem uma pedra há dois meses no meio do caminho.Culpa do governo.
Colunista social - estreando nova pedra o caminho mais badalado de nossa orla marítima.
Alienado - tinha uma pedra no meio do caminho? E daí? Eu nunca vou passar por lá.
Larápio - tinha uma pedra no meio do caminho. Disse bem: tinha!
Poetastro - quem passar por este caminho onde a erva medra, saberá que nele havia uma pedra.
Plagiador cara-de-pau - tinha uma pedra no meio do caminho.
