Eu estava perdido, totalmente perdido, aí olhei adiante e fiquei paralisado e quis voltar ao que eu tinha sem pensar que tudo havia ido e não havia mais nada do que se segurar e chorei vestido em dor. E assim despreparado para perder o amor que um dia me salvou, fui me deixando se enterrar vivo e fraco, perdi o prazer e envelheci observando o vazio virar um abismo, uma parede de dor e não consegui assim enxergar que estava sozinho há muito tempo.
Eu estava assustado, totalmente assustado, em ter que continuar sozinho, depois de tanto planos que nós fizemos a dois, mas eu percebi que tudo se foi e só eu fiquei para trás e ouvi uma voz mais triste do que a minha dizer: “vire-se e não importa o que tenha pela frente e não me importa se você vai cair, suas pernas o levantarão. Não me importa o que você tenha, importa o que você sente.; o que você vê.; e o que você é.; e por isso vá e encontre seu novo mundo e aos poucos vai estar repartindo-o com outro alguém tudo que um dia teve e isso vai te invadir em luzes”
E no fundo eu tinha medo de pegar a estrada e ter tudo que eu sabia que me esperava lá, e sem você eu estaria mais sozinho do que me sentia e tudo que eu conseguia fazer era chorar, esperando o telefone tocar e escutar um perdão, um pedido de retorno que não chegou e assim, eu me vi morrer em vida, em silêncio e em dor. Até que eu comecei a entender o quanto eu estava me conduzindo ao meu funeral e tudo que tive que fazer foi olhar para frente e ver que é apenas um passo que tenho que dar ao que vou voltar a sentir.
Posso gritar ao vento que isso não vai mudar o destino e nem trazer o amor que agora repousa em outros braços, e está noite está fria para lutar contra mim, do jeito que venho lutando. E apanho do chão o que sobrou de mim e vou andar e levar isso e dividir com alguém, que se encontra sozinho em algum lugar e buscar o que um dia eu fui e curar o coração que se feriu, mas que não morreu e que ainda bate dentro de mim.