Era cedo ainda pra que partisse assim! Ainda não havia aparecido a primeira estrela e os meus olhos de verdes que foram enegreceram-se ao turvo manto do entardecer que arrastou pras entranhas da escuridão o meu coração, ainda os deixarei tentando estarem verdes e acesos no caminho tortuoso que tomou seus passos de ida no negro da noite que roubou a lua pra não assistir minhas lágrimas, e assim, se quiser voltar, saberá ver neles o pouco do lume que ainda resta nesse meu olhar esperançoso que o teu caminho esteja retorno guiado pelas lágrimas que passeiam em meu rosto.
A tua boca ainda é gosto dos meus amanheceres bebidos no perfume dos teus cabelos, teus seios continuam calor reverberante nas minhas angústias caladas e afogadas nos mamilos sob o som da tua respiração doce, teus braços ainda são travesseiros do meu olhar menino desejoso de ouvir-te dizer que me ama ao colocar-me entre seus peitos com gosto de fruto divino, suas pernas ainda continuam lembranças cravadas em minhas costas com cadência frenética, sua voz ecoa música a embalar duetos com meus gritos de gozo, paixão, delírios e desejos. Ah... anjo impuro de meus pesadelos que levou o que de mais doce vivi como mortal. Ah....menina, uma vida é muito pra que eu possa resistir essa ausência, não me faça vagar nessa agonia , sorria para a noite desta espera uma estrela e volte pra iluminar de sua presença esses meus olhos tristes.
01/05/2003-14.11h.
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Luiz Antonio Barbosa
GIGIO
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