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Cronicas-->Perdido na Metrópole (31) Eu amo o Genival! -- 31/08/2003 - 01:48 (Silvio Alvarez) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Perdido na Metrópole - Silvio Alvarez
Ilustração: Bruno César

O Perdido na Metrópole (este que vos dirige a palavra) e seu fiel escudeiro Genival, o computador companheiro de alma adolescente e índole sacana, continuam sua jornada aos trambolhões. Correndo e fazendo o possível, geralmente o quase impossível, para que um novo artigo surja do nada a cada nova semana, enriquecendo assim o património literário brasileiro com peculiar "humildade".

Sem o Genival, meu computador teen, não sou nada. Sem ele sou um zero a esquerda, uma ameba infeliz. Nada posso fazer sem seu auxílio e rara boa vontade. Aprendi informática à força, há menos de dois anos. Hoje, já com tendinite, sou um expert no estritamente necessário. Escrevo textos, anexo imagens, recebo e envio e-mails, navego na Internet (em bote inflável furado), realizo amplas pesquisas virtuais e às vezes paquero alguma @ anónima em um chat ou outro. O básico!

Entretanto, uma evolução considerável para alguém que há pouco tempo julgava que Google era um novo brinquedo de pelúcia, Underline - o sobrenome de algum americano milionário, Capslock - salgadinho lançamento da Elma Chips, F1, F2... F12 - categorias de corridas automobilísticas, Delete - marca de creme hidratante, home - simplesmente casa em inglês, Shift - um novo barbeador ou variação do famoso palavrão comumente utilizado no cinema hollywwodiano, Mail To - nome de alguém, Times New Roman - a rádio hora do Vaticano, Arial Black - o mais recente sucesso rap, Terra - apenas o judiado planetinha onde vivemos, AOl e UOL - medicamentos para gripe, Ig - onomatopéia para soluço, Yahoo - bem legal de gritar após uma conquista qualquer, Hotmail - correspondência de verão, Outlook Express - novo concorrente para o SEDEX ou um trem bala japonês, vírus - algo unicamente tratado pela área médica, KaZaA - promissor mágico brasileiro revelado no Faustão, Adobe - útil na agricultura, ICQ - alguma ONG de utilidade pública, Acrobat - companhia circense de origem britànica, Excel - algo na área da telefonia para fiscalizar a ANATEL, Windows - perfeitas para apreciar paisagens norte americanas, Spam - um chiclete revolucionário do mercado com figurinha adesiva e tudo o mais, Passworld - artesanato com retalhos de tecido, Ciberspace - uma descoberta de Einsten revelada só agora, Cracker - mais uma bolacha crocante, Mouse - sobrenome do Mickey ou o que assustava o elefante Dumbo, Login - expressão utilizada pelos mineiros para dizer loguinho e, por fim, que Download - seria ótimo para comer quando levado ao forno microondas por cinco minutos.

Equívocos compreensíveis para alguém que sequer sabia ligar o computador.

Continuo não manjando nada nesta área. Todavia, dou as minhas cacetadas com muita classe. Passo vergonha de vez em quando. Normal, estou acostumado.

Sou um craque em e-mail (craque não é cracker). Mando, recebo, anexo, deleto, atacho, faço e aconteço. Algumas coisas, porém, têm me atormentado em demasia ultimamente. Ando meio sem paciência.

Um sujeito que não tem mais o que fazer cismou que tenho algum interesse em aumentar meu pênis em sete centímetros. Uma mensagem nova a cada dia. Juro que estou contente com o meu. Sei que não deveria falar neste assunto aqui. Já foi! Não direi, entretanto, o que ele deve fazer com o que quer me vender.

Um outro cabra inoportuno mandou um singelo trote virtual. Ao abrir sua mensagem, surgiu na tela do Genival um reloginho em movimento, seguido pela foto de uma linda mulher informando que todos os arquivos do meu computador haviam sido apagados. Legal, não?
Após o susto apareceu a seguinte simpática mensagem tranquilizadora:
- Brincadeirinha, você acha que eu faria isto com você?
Acho! Acho também que você, que me mandou este e-mail, é um imbecil que não tem nada de interessante a fazer a não ser aporrinhar a vida de quem quer trabalhar em paz. Perdóo você. Mas pare de fazer isto com os outros.

Peço desculpas caros leitores. Precisava destilar minha mágoa. Mágoa nada, ódio Mesmo! Passou! Estou calmo agora. Tomei quilos de tranquilizantes homeopáticos (mentira).

Queria saber também o porquê de ser obrigado a cansar desnecessariamente meu dedo indicador ao mouse, fechando centenas de janelas com propagandas que não pedi para ver e que estão no provedor que preciso pagar todos os meses para utilizar.

Palhaçadas e desabafos à parte. Devo afirmar convicto que depois das agruras depressivas existenciais que vivenciei in loco, por um bom tempo fora do mapa social, sou agora um cidadão globalizado, informatizado, antenado, plugado, informado... Chega!

O Genival está de prova. Amo a Internet. Tenho, graças a ela, o mundo aos meus pés. Deixarei todos os meus bens como herança, uma caixa de macarrão instantàneo, um livro do Paulo Coelho e um CD da Kelly Key, para a Fundação Bill Gates.

Posso ser um perdido na metrópole, sim. Mas a duras penas aprendi a trabalhar com este troço indispensável, o meu amado e idolatrado computador.

Silvio Alvarez é assessor de imprensa da banda rock pop YSLAUSS, artista plástico de colagem e colunista. silvioalvarez@terra.com.br
Ilustração - Bruno César: brunoartes@uol.com.br
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