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Contos-->A SOMBRINHA VOADORA -- 01/12/2000 - 16:37 (Cristal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Sombrinha Voadora

Lá ia a moça vagarosamente pela calçada naquele centro. Ainda era de manhã cedo, mas as ruas já começavam a ficar movimentadas.

Aquela garoa fina e chata de repente começou a cair justo naquela hora em que decidira sair. Parecia marcação.

Prevenida. Heroicamente armada de sua sombrinha sacou-a como quem tira a espada da bainha. E foi calma e poderosa pela calçada.

A moça chegou ao objetivo de sua caminhada e na volta a garoa havia se tornado mais intensa, porque não dizer também mais chata, com essa característica de um tipo de chuva que não molha, mas incomoda.

Ela vinha novamente com aquela sombrinha florida armada voltando pelo mesmo caminho. Por que essas sombrinhas têm sempre estas estampas peculiares típicas de tecidos de sombrinha? Bem florais, discretas. Evidenciando certa feminilidade sob sua engenharia.

E ia a moça, tranquilamente sem maiores pensamentos abstratos pela cabeça tomando cuidado com o calçamento mal conservado. No meio de toda essa discrição, o tempo foi impetuoso e não escolheu seus canditatos. Uma ventania apareceu vinda não sei de onde e com seu fluxo intenso soprou-se sob todos na rua.

A maioria desprotegidos, continuaram na mesma. Mas a moça e sua sombrinha lutavam. Ela para manter sua cabeça coberta protegida sob a armação de ferro. Frágil, a sombrinha se inverteu, formando um cogumelo ao contrário.

Tímida, a moça percebeu que todos a observavam. Enquanto tentava dominar a situação, a junção de ferros cada vez mais se descanhotava.

Ela não conseguia endireitá-la. Depois tentou fechá-la. O fecho travou. Nem abria, muito menos fechava.

Foi nessa hora em que quase desistiu. Poderia deixar o vento levar a sombrinha e todo aquele vexame junto. Todas as atenções se desviariam para a sombrinha indo pela rua, levada pelo vento e dando rodopios pelo ar. Mas num repente de auto-controle, ela deu um solavanco no cabo na dita cuja que imediatamente funcionou como um cachorro domado.

E fechou-a como se fecha uma cortina no fim do espetáculo. Os que a observavam se entreolharam insatisfeitos. Ela colocou a sombrinha dentro da capa. Era hora de continuar a ir embora. Ela deixou que a garoa a molhasse e seguiu pelo seu caminho normalmente.


FIM
Geórgia M. Neddermeyer
01/12/00 - 16:20
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