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Contos-->O LARANJA -- 09/09/2004 - 15:02 (Fernando Antônio Barbosa Zocca) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
"Procuro esclarecer ao telefonador que não sou o Nosso Bar" (Carlos Drummond de Andrade, A Bolsa & a Vida, p. 67).




Na década de 80, em Tupinambica das Linhas, havia um bar na sua região central, cujo proprietário, por sugestão cerrada de alguns cabeças-duras, julgou ser capaz de oferecer refeições a preços módicos.
Acontece que por inabilidade do pessoal que ali trabalhava, os repastos estavam longe de chegarem perto da dos bons restaurantes; as intoxicações alimentares eram freqüentes.
Tais fatos serviram para afastar os consumidores. Alguns deles, sentindo uma espécie de compaixão por seu velho dono, espalharam pela cidade, ser o café dali o melhor do mundo.
Havia um cego, que circulava pela região central, vestido com seu indefectível paletó marrom e, empunhando um ensebado cabo de vassoura, vendia bilhetes da loteria federal.
Como os negócios, naquele tempo do cruzado, cruzado novo e peripécias mil do pessoal da área econômica do governo, iam de mal a pior, tentaram sob o efeito de cachaça e cerveja fazer uma simpatia, pra ver se as coisas melhoravam.
Quando o velho cego, entrou certo dia para tomar seu café, alguns desprezadores começaram a goza-lo até que a zoada reforçou-se com a adesão de todos os presentes no bar.
Allan Brado um dos desafetos do proprietário do estabelecimento, quando aderiu à gozação, percebeu o silêncio feito, dando a impressão que suas chalaças causaram, em todos, um certo desconforto e dissonância.
Os autores da picardia, influenciando os demais, sugeriram que toda a sorte por ventura existente com aquele Brado chato e, estraga prazeres, seria de agora em diante, retirada, transformando-se em azar puro.
Se aquilo era verdadeiro ou não, pouco importava. O que interessava era impressionar os demais laranjas presentes dando-lhes uma espécie de satisfação compensatória por tantos revezes nas suas vidas.
Como é por demais sabido, da humanidade toda, o pessoal de Tupinambica das Linhas, concentra mais traços de loucura do que todos as demais pessoas viventes nos diversos cantos da terra.
Diga-se, para o bem da verdade, que o contágio das excentricidades dos habitantes da cidade era semelhante, na sua propagação, aos do fogo morro acima e das enxurradas, morro abaixo.
Otávio Freitas, o proprietário do boteco, considerando então, que a partir daquele momento em diante, a sorte toda daquele tal de sr. Allan Brado, (que o prejudicou com uns cheques sem fundo), se afastaria para todo o sempre, resolveu esquecer o assunto e aguardar até o dia em que colheria os frutos do seu trabalho.
E mesmo que o Marquinhos Vinicius, seu sócio e sócio da funerária enriquecida, com as mortes dos indigentes e moradores de rua, ocorridas nos últimos meses, não olvidasse as ocorrências, teria razão especial para sair por alguns dias de férias.
Se assim não o fizesse, continuaria confundindo Cyntia com sim tia; eles são com eleição e, prosseguiria considerando nefasta, até a assertiva de que o crente, sempre tinha a bunda fria, mas a cabeça bem quente.
Isso, meu amigo era muito ruim, prejudicial mesmo.
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