PERPLEXIDADES
Poema do Barão de Pindaré Jr. *
Nada mais me surpreende.
Nada mesmo.
Se os contrários se equilibram
se os adversários se equivalem
se o bem e o mal
são extremidades
interdependentes.
Francamente, só o arbitrário
é imante.
Só o contraditório é permanente.
Quem defende a legalidade está acima da lei.
Quem prega a moralidade sucumbe na lama.
A justiça promove a impunidade.
O povo, alienado/ausente, nem reclama.
O delegado mata, o pastor assalta
e o político mente, mente, mente.
Sistematicamente.
heterônimo de Antonio Miranda. Curitiba, 22 jul 2005, escrito durante a crise do “mensalão” , tentando não ser óbvio mas sendo, evitando nomes e circunstâncias, pensando que a poesia sobrevive para futuras leituras, em sua exemplaridade.
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