IN MEMORIAN
para Danilo Lôbo
Morto, irei por onde queira
a força do vento
por não haver pensamento.
Como poeira
ou nuvem passageira
sem destino algum
Livre, finalmente
sem constrangimento
e contente.
Contente, sem sentimento
do mundo, no silêncio
profundo.
Contente, de contido
redimido de culpa
e sofrimento.
Ido, simplesmente
por não ir por conta
própria.
Desponta o quê
na outra ponta
ao não-crente?
Permaneço ente
ou desapareço
para sempre?
Vagarei com os mortos
esperando a volta
como castigo?
Recolhido ao jazigo
quer-se paz
ou tanto faz?
Porto Alegre, 27.07.2005, escrito depois de receber a notícia do passamento de meu querido amigo Danilo Lôbo.
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