Cárcere
Desta prisão, quero sair, ainda ileso
Contemplando o céu perder-me , abstrato
Para deslindar-me de tão cruel peso
Quero desvendar meus olhos, beber a cor do amanhecer
Cintilar nos seus raios os olhos da minh alma
Erradicar tão pungente dor, e convalescer!
Preciso que me invada a brisa, pelas janelas
Sentir do meu interior rorejar água pura
Purificar-me do mal desta gélida cela
Correr pelos campos a vicejar, verdadeiro
Desvencilhar-me do manto desta atroz insídia
E dos sobejos fragmentos, voltar a ser inteiro!
2000
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