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Cartas-->Um homem bom -- 09/05/2003 - 11:17 (Carlos Luiz de Jesus Pompe) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Faleceu dia 8, aos 52 anos, o artista Carlos Roberto Mantovani (sorocabano por adoção) devido a complicações dos pulmões decorrentes de um tumor. Ele trabalhou com teatro, dança, poesia, artes plásticas. Desde cedo, com a morte do pai, tornou-se arrimo de família. Eu o conheci na Fábrica S. Paulo, da Cianê, onde trabalhamos no mesmo turno durante um período dos anos 70. Era o que hoje chamam de “agitador cultural”. Indicava e emprestava, para mim e outros colegas de trabalho, muitos livros dos mais variados assuntos, sempre com profundo conteúdo humanista. Pintava quadros que eram adquiridos pelos colegas de fábrica. Certa vez me alertou para encapar um livro que eu andava lendo, “O que realmente Marx disse”, pois naqueles anos de terror ditatorial era perigoso sobraçar uma obra com capa vermelha e foto de Karl Marx estampada. Ao mesmo tempo, sugeriu-me a leitura dos textos sobre arte de Gramsci, seu marxista favorito – embora, dentre os filósofos, preferisse Nicolas Machiavel, Friedrich Nietzche e Jean Paul Sartre. Noutra oportunidade, insistiu que eu fosse ver uma exposição de quadros e montagens do Toshi, com o tema “Bonecas”, que denunciava a situação opressiva das mulheres, no Gabinete de Leitura. Doutra feita, fomos à capital, onde nos encontramos com o Paulo Betti, para assistir “Giordano Bruno”, pouco antes da exibição do filme ser proibida pela ditadura.
As meninas do Centro de Processamento de Dados da Cianê – Edna, Malu, Ana Maria(a gêmea), dentre tantas outras, trabalhadoras de mente avançada e vida constrangida pelo provincianismo interiorano da época, tinham nele um colega com quem trocar e arejar idéias.
Depois que saí de Sorocaba, no final dos 70, mantivemos contatos esporádicos. Continuava considerando a arte “um instrumento de conscientização do homem – e o homem é o agente de transformação do social, é o que mantém a chama", como afirmou numa entrevista. Aposentado da fábrica, continuou atuando com arte, inclusive em sindicatos.
Existem homens bons. Manto era um deles.
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