Um olhar que corta,
Uma porta sem pilar,
Um lar sem paisagem,
Uma viagem sem caminhos.
Um corpo menino,
A alma envelhecida
Pela dor de não ter
Um sonho pra depois.
Nasci assim, nas ruas,
Numa praça qualquer,
Sem brinquedos sem amor.
Um pedaço de gente
Jogado ao luar feito
Semente morta que
Insiste em brotar todos
Os dias na esperança
de virar criança outra vez.
Um sonho pra depois
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