Não sei ao certo qual o motivo, razão ou circunstancia do meu despertar naquela madrugada fria de agosto, na realidade o que importa para esta historia é que acordei. Ao meu lado Monica dormia um sono justo, daqueles que você, ou seu subconsciente, entram em acordo com o ato pacifico de dormir e se entregam sem medo do despertar no meio da noite, como eu.
Contei carneirinhos, enumerei sem errar todas as musicas de todos os discos dos Beatles, repassei todas as promessas que havia feito na ultima passagem de ano para ver se o sono me estendia seus braços novamente, mas nada adiantou: Os Beatles nunca me deram sono, os carneirinhos se espalharam pelo campo quando eu estava entre o trezentos e o trezentos e alguma coisa e fiquei deprimido por não ter cumprido uma promessa se quer durante quase o ano todo. Levantei-me sem saber se estava com vontade de tomar água ou ligar a televisão que me espreitava no canto superior do quarto...Na duvida, optei por ambos mais até por falta de uma terceira opção.; deitei-me e fixei meus olhos na pequena tela que fazia meus olhos arderem à espera de uma harmonia com as imagens.; controle remoto em punho como uma arma, fui eliminando um a um os canais que logo se acabaram enquanto inadvertidamente divertia-me com as sombras e as luzes que iluminavam o quarto de forma mágica.; Monica ainda dormia o sono dos anjos...
Enquanto olhava para o teto branco, imaginando uma grande tela de cinema onde as sombras eram mais interessantes que os atores reais, senti quase por acidente o perfume em desalinho dos cabelos de Monica que de costas para mim ainda dormia. Aquele cheiro delicioso despertou meus sentidos sexuais os quais nem havia me lembrado nas minhas divagações anteriores.; uma mistura de desejo e profunda inveja daquele sono pesado me fizeram imaginar que não seria nada mal fazer amor àquela hora da madruga fria, pois alem de espantar mais o frio daria um pouco mais de prazer a mim que estava sofrendo abandonado, logo ali ao lado, e não seria nada mal também ouvir declarações de amor ao pe do ouvido de uma mulher linda, gostosa e que conseguia dormir tão bem todas as noites...Talvez isso me devolvesse o que era meu por direito adquirido: meu sono.
Logo tomei posse do vazio que havia entre meu corpo sedento e o dela, quente, macio...Dormente...De leve a envolvi em meus braços e vagarosamente comecei a aproximar minha boca de sua nuca coberto pelo cabelo emaranhado e amassado, resultado do delicioso sono no qual ela estava mergulhada, pude sentir o cheiro que me despertou mais de perto e logo senti meu membro dar sinais de que a noite ia ser maravilhosa.
Minha língua saiu de minha boca em direção ao seu ouvido, mordisquei o lóbulo da orelha enquanto minha mão massageava seu seio, então ela finalmente se mexeu e encostou suas nádegas em mim, que a esta altura já estava nas nuvens. Mas ainda tinha uma dúvida, ela estaria acordada ou presa entre o sonho e a realidade? Não esperei a resposta, ávido apertei seu corpo ainda mais junto ao meu e pude finalmente escutar um fio de voz que saia de uma nuvem qualquer onde ela desfrutava a paz antes de eu a trazer de volta: - O que você tá fazendo? – Resposta óbvia: - Shiiii... – O silêncio se fez presente novamente enquanto aos poucos ela se virava para abocanhar minha boca com um beijo que me tirou o fôlego.
Como alguém podia beijar desse jeito quando ainda não sabia se estava dormindo ou acordada? E por que pensei nisso se o beijo estava tão maravilhoso? Bobagens...Coloquei-me entre suas pernas e senti seu corpo sob o meu, macio, beijei-a e escorreguei meus lábios pelo seu pescoço e lá fiquei por um tempo, não sabendo qual a parte que estava mais gostosa de ser beijada, como não encontrei resposta beijei-o por inteiro, de cima a baixo e fui descendo aos poucos, bem devagar enquanto minhas mãos, com a ajuda das dela, arrancavam sua blusa que saiu com alguma facilidade, tudo conspirava a nosso favor...
Olhei no fundo dos seus olhos e sua beleza e calma pacificaram minha ansiedade, pensei comigo que poderia passar a eternidade olhando aqueles dois pequenos pedaços de paraíso.; a televisão continuava a jogar suas luzes no espaço do quarto e de repente parecia que nos dois fazíamos parte de um mundo mágico e inconseqüente. O toque dos bicos dos seus seios nos meus me trazia mais excitação e sua língua quente contornou meus lábios como uma ave em reconhecimento do pouso seguro...Minha boca se fechou sobre ela, como um ninho e a trouxe de encontro a minha e ambas ficaram ali dentro brincando, se enrolando, se desejando cada vez mais...
Nunca tivera eu uma idéia tão brilhante quanto a de acordá-la naquela madrugada. Meu sono sagrado definitivamente tinha se perdido no tempo...
Com suas pequenas mãos segurou minha cabeça e olhando-me no fundo dos olhos me disse: - Eu estava no paraíso dormindo, que tal me levar de volta acordada? – Não sou o mais inteligente dos seres humanos, mas entendi o recado, lentamente fui me arrastando pelo seu corpo, como uma vil cobra, mordiscando cada pedacinho do caminho, já esperando me deparar com meu oásis para beber dele os aromas mais doces que já conheci. Monica se antecipou e começou a se despir e eu a segurei, pois não queria me apressar...Centímetro a centímetro fui escorregando aquela calça pela virilha, por suas pernas, canelas, tornozelos e finalmente seus pés...Eliminada mais essa barreira, beijei-lhe os pés de forma delicada, minha língua passeou pelos seus dedos bem feitos antes de seguir a viagem.; ela me puxava, mas eu como um soldado em campo de batalha, resisti bravamente, alongando sua expectativa...Com minhas mãos massageando suas coxas fui subindo vagarosamente, experimentando com minha língua a parte interna de suas coxas...E como eram macias! Poderia ter brincado um pouco mais, provocado um pouco mais, mas a questão era que eu não me agüentava mais e sem esperar mais mergulhei no seu sexo úmido e pude sentir seu grau de excitação.; eu estava num oásis, cercado de um perfume maravilhoso...Suguei-a sem parar enquanto seus gemidos encheram o ambiente quieto do quarto e seus quadris se mexiam sem parar aumentando minha excitação...Já havia perdido a noção do tempo quando suas mãos me puxaram de encontro ao seu corpo, não precisei de orientação, sem nenhuma barreira penetrei naquele lugar quente e liso...Meu Deus como era quente!
Enquanto eu aumentava o ritmo das penetrações nos beijávamos e nos olhávamos sem medo, sem pudor...Nosso amor sempre foi maior que tudo isso. Estávamos acima de todos os sentimentos ruins, de todo o mal que imperava na Terra, éramos eu e Monica se perdendo nos espaços acima.
- Não quero mais dormir essa noite, qualquer sonho fora esse seria pura perda de tempo. – Monica apenas se apreçou em me abraçar e sussurrar em meu ouvido: - Eu te amo!
Como resistir a um amor como esse, não teria preço que eu não pagasse para ter essas palavras faladas em meu ouvido todos os dias pelo resto de minha vida.
Não me lembra mais de muita coisa, mas o gozo se aproximava e como era de costume em tudo, Monica gozou primeiro me apertando em seu corpo e me mostrando o caminho a seguir...E eu fui, diluído em prazer, em desejo...Fui sem medo pra dentro daquele corpo, minha morada, onde quero morrer de prazer e depois renascer manso como as águas de um riacho cortando a mata virgem, numa dessas paisagens que só vemos em filmes.
Monica me acordou quando o Sol já ia alto no céu e o que era minha preocupação no começo se tornou um mero detalhe: O sono havia me abraçado novamente. Mas isso pouco importava. Perguntei se ela havia dormido bem e ela me respondeu que sim: - Um anjo me acordou essa noite e me mostrou a porta dos fundos para o paraíso e você?
- Eu fiquei acordado a noite toda para te receber no paraíso...
