O COLETIVO
Da janela do coletivo
Vejo o mundo passar
Vejo o tempo passar
E a vida passando...
A algazarra dos estudantes
Os suspiros dos amantes,
Os bêbados irritantes
Conversas intrigantes
Passageiros que não param de subir
Alguns, como eu, nem sabem aonde ir
Não sabem se conseguirão chegar
Sabem, sequer, se poderão voltar
E o coletivo vai passando, coletando
As pessoas se espremendo no corredor
Me ponho a imaginar o que estão pensando:
Contas a pagar, dilemas de amor?
As pessoas vão descendo
O coletivo esvaziando
O dia escurecendo
E eu continuo sem saber aonde vou. |
