Despejo nos seus pés o cálice infame,
Cuspindo as mentiras que não me detém,
Tua santidade é inócua, rude e absurda,
Pois só serve a ti e a mais ninguém.
Profano seus princípios imobilizados,
Sua beleza é fria e muito distante,
Prefiro os joelhos que se quebram sempre,
Errando e acertando, agora mais que antes.
Desprezo os carniceiros que se vestem bem,
Inconsequentes e injustos só semeiam o mal,
Seus discursos refinados de adoração
Não levam mais além que da catedral.
Prefiro o humilde, simples e caído,
Que olha para o céu feito uma criança,
Buscando um abrigo no belo horizonte,
Se apoiando no cajado da vã esperança.
A poeira fica e com o passar do tempo
As nossas pegadas não se vêem mais,
Mas as verdades vão de boca em boca
E norteiam os passos de quem vem atrás.
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