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cronicas-->O encontro com o Pafúncio -- 20/09/2003 - 12:28 (Athos Ronaldo Miralha da Cunha) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O encontro com o Pafúncio
Athos Ronaldo Miralha da Cunha


Estava distraído, aguardava o inicio do seminário. A Conferência Estadual do Trabalho seria realizada no auditório do SESC em Porto Alegre. O primeiro a falar seria o Ministro Jacques Wagner que faria o pronunciamento de abertura do encontro.

De repente, ouço alguém exclamar ao meu lado.
- Mosca! Mosca!
Não dei muita importància, afinal deveria ser um vivente às voltas com um impertinente inseto fazendo mal-criações em seu ouvido com o tradicional bz bz bz bz bz bz.
- Mosqueteiro! - exclamou, olhando para o crachá que continha meu nome em letras maiúsculas "ATHOS".

Em minha frente um colega de conferência. Alto, de óculos e com uma bolsa tiracolo com um adesivo do PSTU. No crachá apenas o nome "Urlàndio".
- Ora, ora, se não é o Fantasma de Pafúncio Salézio Timótio Urlàndio.
- Tenório... Tenório... Como está o senhor Athos, o petista laite da Usina de Letras?
- Tudo bem Pafúncio. O radical erótico socialista da usina. Não imaginaria encontrar um usineiro por aqui?
- É. Esse mundo às vezes nos surpreende, senhor Athos.
- Senta aí que o companheiro ministro ainda vai demorar um pouco. - o companheiro ministro foi proposital para cutucar a índole socialista radical do Pafúncio.

Conversamos, logicamente, sobre política e eleições 2004. Disse-me que queria ver Luciana Genro prefeita do Portinho*. Eu respondi que preferia ver a Luciana com o biquíni do Che. Aquele, da Gisele.
- Tu tens um passado anarquista. Tens um lado inquieto, inconformado e humorista. - retorquiu o nobre colega.
- Pafúncio. Quando jovem ingressei na política pela via anarquista. Eu acho que os jovens têm que ser rebeldes. Há uma energia a ser gasta e a rebeldia combina com essa energia. Com o passar dos anos a gente vai se tornando moderado... diria mais experiente. Tu ainda vais ser honrado cidadão "alegre-portense" passeando com os filhos pela Redenção. Pafúncio, a revolução será feita, se for feita, pelos solteiros. - afirmei em tom de brincadeira.
Sorriu com o canto da boca. Percebi uma anuência com o que disse. Concluí que o fantasma do Pafúncio está pensando em se acasalar. Troquei de assunto.

Almoçamos no aconchegante restaurante do SESC com uma bela vista para um bosque. Muito verde diante dos nossos olhos.
Ideologicamente separados pelo meu marasmo governista e sua afoiteza socialista radical... pedimos coca light.
- Pafúncio! Um radical antiimperialista bebendo coca light! Zé Maria não via gostar... será que a tua sociedade socialista sobrevive sem a Coca Cola? - alfinetei o fantasma.
- Aqui tem suco? - disse a esmo.
- Pede um guaraná da Amazónia.
- E tu não vais pedir um cabernet? A intelectualidade pseudo-esquerdista de Porto Alegre gosta de dizer que entende de vinho.
- Hoje está muito quente e a tarde temos conferências para assistir... senão bate uma soneca daquelas.

Quando nos despedimos, disse apenas.
- Embora o "laitismo petista" sou assíduo nos teus textos.
- Fico agradecido, Pafúncio. Também leio teus coitos curtos.

Embarquei na linha 8 do lotação da Carris, que me deixa em frente ao edifício dos meus tios, na avenida Goethe, onde eu estava hospedado durante a conferência.



Pafúncio, um abraço. Valeu o encontro. Sobre os usineiros, nada a acrescentar. Para manter a cordialidade em alta.
A propósito: pessoalmente conheço três usineiros. Uma carioca e dois gaúchos.

(*) Como, carinhosamente, os Porto-alegrenses tratam a capital dos gaúchos.

Clique no endereço abaixo e poderás ler meu encontro com a carioca.
Almoçou comigo, mas beijou o Irineu

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