Não sufocar a quem se ama é prova de sagacidade.
Há os que, por falta de princípios, ou por carências várias, crêem que podem reter o outro ao pé de si, exigindo-lhe exclusividade de sentimentos.
Este final-de-semana, percebi o meu dileto cônjuge (palavrinha feia) um tanto estressado com os afazeres rotineiros e sugeri-lhe sair para algum programa, mas sem a minha presença. Ele se surpreendeu e divagou com tranquilidade: "Não me amas do jeito de antes, pois queres livrar-te de mim..."
Respondi:
- Engano teu... É por muito amar-te que faço essa proposta. Vai ver os amigos, jogar bola, dançar... O que te der vontade. Vai!
Ele foi. Voltou com outra aparência. Mais animado e satisfeito. Trazia no olhar uma leve centelha de ternura, pela minha confiança de nem haver perguntado que programa ele escolheu.
Seja o que tenha feito, não me importa. Ficamos os dois felizes, pela confiança mútua.
Milene
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