Belo Horizonte
É na capital mineira que o jovem Solon Siqueira Ribeirose destaca como um grande atleta. O seu esportepreferido é o hipismo. De cada cavalo que montou, lembraespecificamente de um: O faisqueira. "Esse cavalinhotinha fama de ser o mais indomado de todos. No Rio deJaneiro de onde ele era proveniente, já tinha matado umcavaleiro. Ninguém queria montá-lo e aí o Sargento mandou que eu montasse nele. Não só montei, como acabeicom a fama do cavalinho. Comigo ele ficou mansinho,mansinho." recorda "seu" Solon com um pouco desaudosismo.
O atleta Solon pratica o esporte durante os anos em queestudou a faculdade de direito da antiga UniversidadeMinas Gerais. Mas era por conta do C.P.O.R. (Centro deOperações de Oficiais da Reserva) e das frequentesvisitas ao América futebol Clube, do qual era sócio, queSolon Siqueira praticava destemidamente todo tipo demodalidade desportiva. Nessa época, Solon, se destacavaimprescindivelmente em qualquer modalidade de esportesque lhe indicavam para fazer. Da natação ao hipismo, doatletismo ao futebol, dos esportes de quadra, comovolley, basquete e futsal, ele não tinha nenhum problemaem praticá-los.
Olimpíadas
Mas foi nas Olimpíadas Universitárias dos anos de 1942 e1943 que Solon Siqueira Ribeiro se orgulha do seupassado de desportista. Ele foi selecionado duas vezescomo atleta para representar o estado de Minas Geraisnas Olimpíadas Universitárias realizadas em São Paulo,no ano de 42 e no Rio de Janeiro em 43. Nessasolimpíadas pertenceu as equipes de atletismo e defutebol. Nas Olimpíadas Universitárias de 1944, que foidisputada em Salvador, Solon só não participou porque oC.P.O.R. onde também treinava e estudava não lhepermitiu que ele ficasse fora de BH por um grandeperíodo de tempo.
Dessas olimpíadas Solon Ribeiro guarda na memória umtempo bom que ficou distante . "Nunca maispratiquei esporte, como praticava nessa época", diz. Oesporte para ele sempre foi uma forma de relaxamento no período em que estudava na faculdade de direito. Ele merelatou várias vezes durante a entrevista que elepraticava o esporte para descansar a mente, mas nuncagostou de treinar e poucas vezes treinava. A suafilosofia desportista era a de valorizar a alma e não ocorpo. Na verdade ele não se considerava um atleta, apenas tinha talento para a coisa.
Futebol
O esporte bretão e mais popular do Brasil não poderiaficar de fora da vida desportista do jovem SolonSiqueira Ribeiro. Ele fundou com os companheiros dafaculdade de direito um time de futebol, do qual oelegeram presidente. Ele lembra, entre risos ealgumas gargalhadas, dos amistosos que o seu timedisputava em Belo Horizonte. As partidas geralmente seiniciavam com churrascos em ambientes deconfraternização, mas algumas dessas partidas nãoconseguiam manter o ambiente de confraternização até ofinal, quando todos os jogadores se envolviam numa brigageneralizada, causando pequenos machucados em váriosdeles.Enquanto escrevia o persona desta edição nasdependências da sala de imprensa da AssembléiaLegislativa do Rio de Janeiro, ia aos poucos lembrandode cada detalhe da entrevista que Solon Siqueira Ribeirome concedera no último dia 14 de agosto. Lembro de suafisionomia marcante, de suas idéias firmes e de suagrande reclamação quanto à fraca memória atual emguardar e lembrar as datas passadas.
Enquanto escreviaeste persona, distante de Santa Rita do Sapucaí, iarememorando o sonho de seu neto Solon Marcelo, falecidoem 1997, em reunir todos os documentos de seu avó em umlivro. A homenagem a Solon Siqueira Ribeiro continua napróxima edição.
Texto publicado no jornal Minas do Sul em 26 de agosto de 2000
