Eu vivo a vida como urbano pombo
A perseguir a luz e o alimento,
A desgastar o bico no cimento
Desta cidade (como disto eu zombo!)
Algo aqui dentro ri do desalento
Que me consome a cada novo tombo,
Mostra caminhos que, de longe, eu sondo
Comodamente sem expor-me ao vento.
Eu ouço o mar chamando e as gaivotas
Me desafiam a seguir suas rotas,
A montar ondas, águas, movimento ...
Atada ao medo estanco na calçada,
O olhar voando e eu, paralisada,
A desgastar o bico no cimento.
Silvia Schmidt
*Humancat*
Dir. Aut. Reserv.
© copyright 2000
http://humancat.digiweb.com/Recanto/poesias.htm
|