Soneto (1)
Enquanto quis fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.
Porém, temendo Amor que aviso
Desse minha escritura a algum juízo isento,
Escureceu-me o engenho com tormento,
Para que seus enganos não dissesse.
Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes,
Num breve livro casos tão diversos,
Verdades puras são, e não defeitos...
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos!
Camões
É sempre uma grande satisfação ver-se o interesse jovem na poesia do Imortal Camões, poeta-mor dos clássicos de nossa Língua.
um abraço, Vinny!
Milene
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