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cronicas-->A história do político Solon Siqueira Ribeiro -- 15/09/2000 - 02:35 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Carreira política
Primeiro de janeiro de 1947, posse dos novos vereadores de Santa Rita do Sapucaí. Solon Siqueira Ribeiro é eleito com mais de 600 votos, o que para aquela época um número bastante elevado de votos conseguidos. Para se ter uma idéia, o vereador mais votado na última eleição aqui na cidade, atingiu um pouco mais de 1000 votos, sendo que em 1996 Santa Rita do Sapucaí tinha mais de 19 mil eleitores. Em 1946 os eleitores de Santa Rita não passavam dos 5 mil. Então, proporcionalmente, Solon Ribeiro é o mais bem votado vereador da história de Santa Rita. O seu partido a UDN, a tão famosa União Democrática Nacional. Os companheiros de partidos provenientes da chancelaria que cercavam o coronel Chico Moreira.
Foram dois mandatos de vereador que marcaram a vida política deste nosso persona. Dois mandatos contínuos. Por este dois mandatos foi eleito por quatro vezes presidente da Càmara Municipal. Político da linha mineira tradicional de fazer política, era considerado um verdadeiro craque na hora das leituras dos discursos. Com uma retórica a lá Carlos Lacerda, ele deixava todos os presentes que iam assistir às sessões da Càmara Municipal emocionados ou impressionados pelo vigor da palavra que ele, Solon, imprimia sempre em tom de lucidez com que encarava a política.
A sua segunda e última eleição para a Càmara Municipal se deu em 1953, quando já desgastado pelo primeiro mandato, não conseguiu atingir o mesmo número de votos que na eleição anterior atingira. O seu desgaste como político acontecera como acontece com qualquer político. Um desgaste normal de quem vive da vida pública. Na verdade um desgaste natural. Pois nem Cristo conseguiu agradar a todos e é impossível "agradar gregos e troianos". A vida pública é assim, é igual a um navio que corre em uma posição, mas que por imposição do tempo, é obrigado a mudar de rumos várias vezes. O político Solon é sem dúvida exemplo a ser seguido a quem quer ingressar na vida pública. Se os atuais vereadores tivessem pelo menos um pouco da lição política de Solon Siqueira, a atual Càmara Municipal se pareceria mais com uma casa de debates, como deveria ser, e se pareceria bem menos com um circo, como atualmente parece.

Discursos
A classe com que escrevia os seus discursos é de uma eloquência que bem poderia fazer escola em Santa Rita. Escreveu e discursou sobre vários assuntos, mas jamais tornou a retórica do discurso cair em tom menor ou na chatice de textos empolados, que geralmente se vê muito por aí.
Por exemplo o discurso que ele proferiu em 7 de setembro de 1956, falando como presidente e em nome da Càmara Municipal. Um discurso curto, lido em rápidos três ou quatro minutos. Não ficava soltando palavras e mais palavras, tornando chato o discurso. Uma multidão de alunos, professores e tantas outras pessoas acompanhavam com atenção em frente a antiga sede da Prefeitura as palavras seguras, firmes e decisivas que Solon Siqueira Ribeiro pronunciava em público. Bem diferente do sete de setembro atual, onde o presidente da Càmara, Carlos Roberto Ribeiro e o prefeito Jefferson Mendes, pensam simplesmente que a independência brasileira se resume apenas ao grito do ipiranga que Dom Pedro deu em 1822. Para os atuais mantenedores do política local, sete de setembro se resume a fabricar um "show" que encante crianças. É pena que o atual presidente da Càmara Municipal não siga o exemplo do presidente dessa mesma Càmara que há 44 anos dignificava o sete de setembro com seus discursos que exigiam mais cidadania ao povo brasileiro.
Eu gostaria de ver nesse próximo sete de setembro, um, simplesmente um discurso, que relembrasse a figura impar de Solon Siqueira Ribeiro e que nosso município tanto deve. Mas duvido muito que uma administração populista calcada na doação de cobertores, brinquedos, cestas básicas e de outros produtos eleitoreiros o faça. A homenagem a Solon Ribeiro ficará por conta apenas deste persona. Nem de longe os discursos que serão pronunciados no próximo sete de setembro lembrarão as palavras que Solon Siqueira fez pronunciar há 44 anos.

Texto publicado no jornal Minas do Sul em 2 de setembro de 2000

Escrito em 30 de agosto de 2000
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