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Cronicas-->Uma luta incessante pela cidadania através da arte -- 15/09/2000 - 02:37 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Na sala de visita
Olhos agitados, uma fala constante em defesa da arte, as mãos gesticulando várias informações que Teresinha de Jesus Carvalho Souza, ela é Teresinha mesmo, vai dizendo ao repórter. Ela diz que aceitaria conceder uma entrevista para a coluna Persona se ela não tivesse que falar muito dela e sim falar das causas a que ela como mãe e, hoje, avó, luta para conseguir mais cidadania para a nossa gente.
Essa senhora de 66 anos, nascida em Belo Horizonte, já se engajava em movimentos de lutas sociais muito antes de se casar com o reconhecido professor do Inatel, José Maria, a quem conheceu nas visitas a que fazia nas periferias de Beló acompanhada por tantos outros voluntários da Juventude Independente Católica (JIC) que prestavam solidariedade, antes mesmo desta palavra estar na moda, às famílias necessitadas e desamparadas da capital mineira.
A vinda desta digna senhora para Santa Rita se deu unicamente para acompanhar o marido José Maria, que veio para essa cidade dar aulas ao recém inaugurado Instituto Nacional de Telecomunicações em 1970. Nessa época de mudança, Teresinha cuidava de cinco dos seis filhos que teve. E somente no final dos anos 70, com os filhos um pouco já crescidos, é que ela resolve voltar a militància dos movimentos sociais.
O reencontro de Teresinha com a luta pela cidadania se deu 1979, quando ela ajudou a fundar o Coral do Inatel que tinha à frente o estudante paranaense e músico de alta formação, Domênico Rotunno. Nos cinco anos em que o estudante ficou em Santa Rita, ele foi o responsável pela regência do coral. A partir de 1983, quando Domênico se forma e vai embora, o Coral do Inatel fica meio desativado até 1987 quando ela resolve então assumir a regência.
De 1987 a 1995, Teresinha foi a responsável pelo coral. A partir de 1995 ela deixa a regência e passa a função para a filha Paulinha, como ela carinhosamente a chama. Hoje ela tem planos de continuar trabalhando com música, só que nas escolas primárias. Ela tem um projeto de criar um coral das escolas, apenas com crianças.
Teresinha tomou gosto pela música por causa de sua mãe, Conceição, que adorava tocar piano. Mas o seu aperfeiçoamento musical se deu no Conservatório de Pouso Alegre, onde teve aulas de piano, canto e educação artística. Mas antes disso ela já tinha estudado um pouco de música no Conservatório Mineiro de Música, hoje Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Após estudar no Conservatório de Pouso Alegre, ela passou a ser catedrática lá mesmo, fazendo a iniciação musical de muitos meninos e meninas. Além de aulas no Conservatório, ela também foi professora de Educação Artística na Escola Técnica de Eletrónica (ETE) por alguns anos.
No mesmo ano em que se iniciava o Coral do Inatel, ela também esteve à frente da fundação do Projeto de Desenvolvimento através da Arte (Prodart). E dentre os programas desenvolvidos pelo Prodart, ela destaca a realização do primeiro Feirão Folclórico como uma das várias promoções que o Projeto da arte implantou em Santa Rita.
Para ela, nada na vida se faz sozinho. A obra, seja ela qual for, é uma construção coletiva. E mesmo não tendo o mesmo pique de antigamente, ela sonha em ver realizadas na cidade várias obras que valorizem a produção de nossa gente e que tragam mais cidadania para o nosso povo. É assim que, aos 66 anos, uma jovem senhora, diz estar pronta para continuar lutando sempre a favor das causas e dos movimentos sociais. Em síntese, ela é uma militante da cidadania.

Texto publicado no jornal Minas do Sul em 9 de setembro de 2000

Escrito em 8 de setembro de 2000
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