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Contos-->VER PARA CRER -- 07/12/2000 - 23:15 (gilberto gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ver para crer

“Manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele”

A glória nao se impõe como demonstração de poder, mas se oferece a quem se dispõe a crer e os discípulos creram, vendo o que havia acontecido.


Tomás nasceu numa pacata cidade do interior de Minas Gerais. Na verdade era Tomás Antônio de Almeida Lima Júnior. Filho legítimo de pastor religioso. Legítimo pois seu pai, Antônio de Almeida Lima, por exercer o dever do ofício, servia de confessor de senhoras e senhoritas do rebanho que, muitas vezes, acabavam cedendo aos encantos “divinos” daquele homem de 4l anos, grisalho, de fala mansa, carinhoso e com corpo de mineiro de fazenda, criado a leite puro e muita farinha de milho. Apesar de respeitadíssimo, não eram poucos os comentários, entre os fiéis e mais ainda entre os moradores de Campestre, um município, mais vilarejo, não muito distante da famosa Poços de Caldas, dos filhos resultantes de confissões entre o pastor e suas ovelhas de densa lã ou de corpo ainda coberto por leve penugem.


A mãe, Maria Antonieta do Rosário de Almeida Lima, também mineira, meio mulata, aos 33 anos não demonstrava fisicamente já ter gerado 8 filhos, sete mulheres e Tomás. Sempre vestida como impõe a condição de mulher de pastor, dona Antonieta tinha curvas fortes principalmente no busto onde os seios, mesmo tendo amamentado todos os filhos, teimavam em ficar rijos. Pelos tornozelos arredondados, a única parte do corpo quase sempre descoberta, além de uma pequena parte da grossa canela, podia-se perceber o volume corporal escondido sob as vestes, sempre em tons escuros. Corpo que só o marido sentira descoberto por inteiro apenas em quarto reservadíssimo do casal e sob muito pouca luz.


Dos contatos que teve com Tomás Antônio, todos cerimoniosamente realizados, primeiro vieram as mulheres Maria do Rosário, Maria Rosa, Maria Antonieta, Maria Antonia, Maria Rosaria, Maria Rosalina e Maria do Socorro. “Masinho” como era carinhosamente chamado pela irmãs, o último dos filhos, cresceu neste ambiente feminino. A máscula figura do pai pouco via. O pastor estava constantemente na igreja ou em visita domiciliar a fiéis, necessitados de seus serviços, nem sempre religiosos. Assim, apesar do esforço de dona Antonieta, que também nem sempre estava também em casa, obrigada a acompanhar o marido quando possível e necessário, é claro, era difícil evitar que “Masinho” fosse o objeto da curiosidade das sete irmãs.


Quando ele nasceu, Maria do Rosário, a mais velha, estava ainda com 11 anos. Uma simples troca de fralda era motivo de reunião das jovens Marias em torno daquele corpo minúsculo, porém com diferenças - e uma em especial - muito interessante ao olhar e ao tato. Quando pela primeira vez, numa destas operações troca fraldas, elas viram aquele “dedinho” entre as pernas de “Masinho” se transformar em chafariz, foi um espanto. Elas se entreolharam questionantes, meio assustadas, porém risonhas, meio maliciosas. E como o banho era, diariamente coletivo entre elas, logo o irmãozinho estava integrando o grupo, levado para a banheira, mergulhado entre espuma de sabonete Palmolive, coxas roliças e rosadas, lisas nádegas e pequeninos seios que mal despontavam para o mundo.


Aos poucos, as folias na banheira e a guerra de talco Pom Pom durante o trocar de roupas foram ganhando uma característica ainda mal entendida mas cada vez mais marcante. As observaçoes táteis que buscavam comprovar as diferenças corporais, principalmente as do vão das pernas, entre elas e “Masinho”, aprofundavam-se em alisamentos demorados passando a produzir sensações estranhas porém muito agradáveis, especialmente às mais velhas. Assim Tomás chegou aos 7 anos e Maria do Rosário, aos 18. Ela ficara morena mulata, cabelos longos como manda a tradição evangélica, seios menores, porém mais pontiagudos e rijos do que os da mãe. Tinha cabelos nas axilas, penugem pelas pernas, um grosso tufo de pêlos negros cobrindo o ventre e denso o suficiente para ficar mais para fora do que para dentro da grande calcinha de algodão. Uma mata espessa de pêlos exposta às explorações táteis de Tomás, durante o banho, espumando-a com o Palmolive e fazendo seus dedos sumirem naquela montanha de neve. Algumas vezes, meio sem querer, mas muito auxiliado por movimentos sincronizados que a irmã aos poucos aprendeu a fazer, atingia pontos cuja temperatura quase chegava a queimar, levando Do Rosário a se lançar fora da banheira para facilitar as manobras do irmãozinho e, evidentemente, melhor senti-las.


O ofício religioso separou Tomás deste paraíso. Antes mesmo de completar 8 anos foi levado ao seminário, para em regime de internato, transformar-se pastor, como o pai. Foram longos dez anos de estudos, de reflexão, de clausura, distante da família e, em especial das irmãs. Da banheira espumante e dos corpos lisos das Marias ficou a saudade. O banho passou a ser acompanhado de vários pares de pernas peludas e pênis iguais ao seu. Guiado pelas páginas dos livros, retiro espiritual e muito esporte que o seminário lhe impunha, sexo era algo para ficar literalmente fora do contexto. E ficou, até sua volta à pacata Campestre.


Seu primeiro sermão no templo onde seu pai ainda era o pastor agitou os fiéis. E foram as mulheres, é lógico, as que mais se agitaram. Afinal, ali estava o filho daquele pastor que muitas delas conheciam bem. Um rapagão de 19 anos, corpo atlético pelo esporte praticado no seminário e feições delicadas de menino. Seu jeito de falar era tão manso quanto o do pai, porém mais viril e mais enérgico, fazendo o rebanho feminino, em sua maioria, se agitar nos bancos como se um comichão, um calor estranho, estivesse a subir por entre as pernas de todas elas. Tomás percebeu como era olhado. Lembrou dos inúmeros olhares que viu serem dirigidos ao pai e não perdeu a linha. Foi focando uma a uma as mulheres do templo até que, quando já ia passando os olhos pelo grupo de 5 jovenzinhas da segunda fila a sua direita, uma imagem forte embotou sua mente e o fez engasgar pela primeira vez naquela já quase hora inteira de sermão. A mais velha não passava dos 15 anos. Era morena mulata como Maria do Rosário sua irmã já casada e embrenhada nas matas da Amazônia junto com o marido também pastor. Os cabelos um pouco mais finos e mais longos, mas o busto possuía dois seios ainda muito mais rijos. Afinal, era imenso o esforço que os botões da blusa faziam para mantê-la fechada. Pela fenda Tomás viu parte da peça íntima que estava a cobrir aquelas “torres”. O branco do sutiã sobre a pele da jovem lhe remeteu à espuma de Palmolive nos pêlos do ventre da irmã. A curva dos seios lhe pôs quente a ponta dos dedos, como quando os aprofundava além da espuma, naqueles banhos inesquecíveis da infância. Foi por isso que engasgou, rubrou e teve dificuldades para retomar o ritmo. Mas retomou. Ao final, concluiu que poucos perceberam seu vacilo, tantos foram os cumprimentos.


Abraços efusivos de irmãs e irmãos de fé não dissipavam a imagem que lhe voltara a mente tantos anos depois. Percebeu que algo diferente acontecia com ele. Apesar da noite fria, estava quente, suava até. A sensação era de algo crescendo nele e só se deu conta mesmo, de que estava em estado de ereção, quando dona Eulália, a polaca robusta muito íntima de seu pai se grudou a ele, fazendo o abraço se tornar mais forte abaixo da cintura. A experiente ovelha conduziu o pastor desta feita. Tomás se deixou levar pelo abraço dela. A pressão daquela coxa grossa contra o vão de suas pernas dava a impressão de que aquela força não ia terminar nunca de agir sobre si. A mulher sabia o que queria e aproveitou ao máximo o empurra-empurra da saída do templo. Só desgrudou dele quando quase puxada pelo próprio marido, profundo conhecedor da esposa.


Ainda inebriado pela força muscular que crescera de intensidade com o assédio de dona Eulália, Tomás percorreu os olhos por sobre os ombros que estavam a sua frente em busca da jovem. Por uma brecha entre ombros ele a viu. Com muito custo, insistindo nos pedidos de licença, conseguiu chegar até onde ela estava, acompanhada, da família.. E foi o casal que, ao vê-lo tão próximo, buscou abraçá-lo. Primeiro Tenório, o pai. Depois Rosicleide, a mãe. Rápido desvencilhou-se deles para oferecer-se às pequenas ovelhinhas ávidas por um afago do mestre. Começou pela mais nova, beijou cada uma das faces e depois beliscou delicadamente sua bochecha. Repetiu o gesto por mais três vezes. Ao chegar diante da mais velha seu cérebro subverteu os comandos. Seus olhos passaram pelos dela, indicando o ponto de atração de seu olhar. Mal ele focara o vão da blusa sobre o sutiã, ela já o corrigia com uma das mãos. Não para impedir que ele visse. Mais para responder que entendera a mensagem. Ao invés de beijá-la nas faces como fez com as outras, a abraçou. O empurra-empurra acabou por favorecê-lo na iniciativa como favorecera dona Eulália Buscou tirar proveito, como ela tirara. Seus corpos grudaram. Sua boca pode ficar junto daquela orelha. E apesar de não saber como lhe passara pela mente tal pensamento, teve vontade de lamber. Ao abraçá-la sentiu não ter ainda esmorecido e forçou para que o contato fosse “uno” da cabeça aos pés. Tudo muito rápido. Imperceptível aos outros.


Rosicleide, a mãe das meninas, levada por uma minúscula mas existente sensação de ciúmes, o interrompeu. Chamou a filha mais velha, que ainda se mantinha grudada a Tomás, pelo nome e pediu a ela que convidasse o jovem pastor para um café com quitandas, em casa, durante a semana. Raquel obedeceu de pronto, por obrigação e por prazer. E que prazer, muito inusitado, meio desconhecido, mas muito bem sentido. Tomás só podia, é claro, aceitar. Agradeceu e correu para a Kombi do pai que já estava ao volante acompanhado de dona Antonieta e das quatro filhas que teimavam em ficar solteiras. Na viagem, apesar dos solavancos, ele flutuava. Pelo sucesso do primeiro sermão, e muito mais pelo encontro com Raquel. Mal dormiu naquela noite. Orou muito, tentando afastar os maus pensamentos. Só conseguiu ressonar depois de ter colocado a si mesmo, de forma convincente, serem aqueles pensamentos parte integrante da natureza humana.


A segunda-feira veio chuvosa no sul de Minas Gerais e assim ficou, durante o dia todo. No meio da tarde, depois de longas leituras no Evangelho, Tomás decidiu bater a casa de Raquel. A tarde fria estava propícia ao café com quitandas. Rosicleide o recebeu com cara de quem não o esperava mas logo convidando Tomás para entrar, enquanto quase gritava pelas filhas Raquel, Rosa, Rosana, Renata e Ruth, da mais velha para a mais nova, para virem à sala cumprimentar o pastor. A sessão de beijos nas faces e suaves beliscões nas bochechas, do dia anterior, se repetiu. O abraço em Raquel, também. Apesar de menos efusivo ele pode sentir mais a força da rigidez daqueles seios. O efeito foi provocado pelas vestes de casa, muito mais soltas do que as de igreja. O vestido de algodão leve, preso a duas finas alças sobre os ombros era tudo que cobria-lhe o busto. Tomás, fez um esforço extraordinário para dissipar os pensamentos. Aceitou de pronto os pedidos para uma oração antes do café e das quitandas servidas sobre a grande mesa oval da sala de visitas. Mãos dadas eles oraram. A direita de Tomás suou sobre a esquerda de Raquel. Secou. Voltou a suar e secar. Para prolongar o prazer do contato com aquela mão suave, ele fez, talvez, a sua mais longa oração de agradecimento por alimentos. Ainda que as mãos estivessem estáticas, uma entrelaçada a outra, ele sentia a sua acariciada, tão acariciada que outra vez a força muscular o apossava. Aquela mão parecia deslizar pelo seu braço, passar por seu peito e chegar ao seu ventre, onde pousava e ficava, aconchegando-lhe a carne. Novamente engasgou. A visão o remetera ao ventre peludo da irmã Maria do Rosário onde embrenhava os dedos até encontrar pontos assustadoramente quentes. Refez-se e procurou logo terminar a oração. Tomaram café e comeram quitandas

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A tarde se foi. A chuva, também. A noite chegara sem ser sentida. Tomás não fazia menção de partir. Por ele ficaria ali muito mais tempo. A chegada de Tenório impôs mudanças aos planos. Da porta ele já gritava à mulher e às filhas sobre a vigília daquela noite. Só depois de chegar mesmo a sala é que deu conta do visitante. Cumprimentou Tomás agradecido pela visita, que seu pai nunca fizera, apesar dos convites. A pureza de Tenório impedia-lhe de ver as razões das recusas. Entusiasmado, intimou o convidado a acompanhar-lhes na vigília da noite, no monte da paineira na velha estrada de Pouso Alegre. Até antes de ir para o seminário Tomás acompanhara sua família algumas vezes nestas vigílias, mas era muito pequeno para entender o que acontecia por lá. Tenório explicou que nas últimas, muitos fiéis haviam feito contatos divinos. Que luzes fortes clareavam todo o monte, sob as quais muitas graças haviam sido alcançadas. Tomás só podia, é claro, aceitar. Se aprontaria em casa e voltaria para seguir com a família para o monte da paineira.


A noite estava limpa depois da chuva. A lua e as estrelas brilhavam mais do que nunca. Os grupos foram chegando e se juntando em pequenos círculos onde todos oravam. Madrugada a dentro a escuridão foi aumentando dando brilho maior ainda aos astros. Mesmo que lado a lado, um mal podia ver o outro. Os grupos se juntaram e formaram um só. Raquel se pôs a frente de Tomás e ele delicadamente a abraçou. O gesto trouxe-a bem para perto de si. As nádegas firmes de Raquel colaram-se ao seu ventre. Suas mãos, pendendo sobre os ombros dela não tinham como se entrelaçarem sem roçar seus seios. As orações ganharam intensidade. Era possível sentir as pessoas tremularem no ritmo das orações. Mãos se erguiam ao céu, acenando em chamamento. Logo quase todo o grupo tremia, se agitava em movimentos meio contorsivos. Raquel passou a mover o corpo, ainda colado ao de Tomás, ritmicamente para um lado, para o outro. Ele sentiu novamente aquela força estranha crescendo dentro dele, como do lado de fora crescia o frenesi do grupo. Ele orava tão próximo ao ouvido dela que seus lábios roçavam, a cada palavra, o lóbulo delicado da orelha. Os movimentos cresciam de intensidade. As orações também. A força dentro de Tomás também crecia e certamente já era sentida por Raquel. Levada pelo transe, ou pelo prazer, ela o estimulava mais e mais com movimento rotatório dos quadris imaginando ser tudo parte daquele processo interativo entre seres humanos e forças divinas.


Pequenas luzes coloridas em formato ovalóide se aproximavam e se distanciavam daquele grupo unido pela força da oração. Eram luzes fortes mas não a ponto de clarear a noite. Mesmo com esta dança estelar ou de objetos voadores não identificados, ou mensagens divinas como muitos acreditavam, as pessoas mal se viam. Uma luz se aproximou um pouco mais. O grupo se uniu mais. Tomás e Raquel se uniram mais. A luz se distanciou. Os corpos não. Nesta fusão era impossível que as mãos de Tomás não relassem nos seios dela. Na verdade, os braços trançados por sobre os ombros levava a mão direita sobre o seio esquerdo e a mão esquerda sobre o seio direito. Tudo tão acertadamente encaixado que os dois já acreditavam em outras forças atuando além da própria vontade de cada um. E todos ali, já pensavam assim. Se estavam se movimentando daquela forma, não era só porque queriam. Mesmo o ritmo de Tomás e Raquel, apesar de diferente do grupo, e mesmo mal observado na escuridão, assim era interpretado. A quantidade de pequenas bolhas luminosas aumentava e diminuía. Tomás se deixou levar. Sentiu algo colocando-se entre seu ventre e as nádegas de Raquel. Orou mais próximo ao ouvido dela, agora quase sussurrando, pronunciando pausadamente cada palavra para dar mais movimentos aos lábios que já praticamente engoliam o lóbulo tenro e macio da orelha de Raquel. A mão dela já o alisava, prensada entre seus corpos.


Nova aproximação das luzes. Nova aproximação do grupo. Uma das mãos de Tomás rompeu o vão de um botão da blusa e pousou sobre o sutiã de algodão fino. Uma pequena protuberância saltou entre seus dedos como querendo furar o tecido. Sentiu seu sexo crescer também, pressionado pelas nádegas e pela mão acariciadora, parecendo querer romper as vestes que o aprisionavam e saltar livre para buscar outros mundos e manter contatos diretos com outros seres. As orações já eram tantas, as luzes que vinham e iam já eram tantas que ninguém mais se dava conta de estar ali. O “encontro” estava se consolidando em cada um. E se era isto que haviam buscado, que mais podiam querer? E assim querendo, a outra mão de Tomás enveredou pelo desconhecido, avançou além daquele tênue obstáculo de pano e se pôs a alisar aquele monte quente, liso e de ponta lancinante. Raquel suspirou. Encheu o peito de ar. Soltou com força suficiente para permitir a entrada da outra mão de Tomás, sobre o outro seio. Simultaneamente, com a mão que ousava sobre o ventre que lhe pressionava as nádegas, ela forçou o zíper da calça, tateou com os dedos um emaranhado de pano conseguindo liberar um robusto e quente objeto identificável, mas desconhecido.


Uma luz forte desceu sobre os dois, só sobre os dois. Feixes de luz coloridos passaram a guiar seus movimentos. Tomás teve as mãos levadas feixes vermelhos até as nádegas de Raquel. Ele continuava orando próximo, bem próximo, já praticamente dentro daquela orelha. Ela se movia ainda mais, agora conduzida por um feixe de luz cor de rosa que a orientava no delicado mover dos quadris em ondas circulares a auxiliarem o levantar do vestido pelas mãos de Tomás. Rapidamente outras duas partes dos corpos entravam em contato direto. Eles já quase não se moviam, eram movidos pela força daquelas luzes. Raquel levou as mãos a cintura, forçou o elástico, curvou o corpo um pouco para a frente e fez o último obstáculo descer pelas pernas. Ao curvar-se para frente Tomás se encaixou melhor nela. Um encaixar tão perfeito, tão milimétricamente preciso, ajustado, que só podia ser para ser assim. As luzes coloridas giravam em todas as direções sobre os dois. O ponto quente tocado inúmeras vezes com os dedos, na irmã Maria do Rosário, ele descobria agora em Raquel, com o auxílio de uma outra extremidade de seu corpo e levado, outra vez, por forças desconhecidas.


De repente centenas, milhares de luzes coloridas desceram sobre o monte da paineira. Elas pareciam injetar força, muita força mesmo em Tomás. E ele parecia crescer, crescer muito, encaixado em Raquel que se movimentava tão delicada e compassadamente que mais parecia flutuar. E vieram mais luzes, muitas outras a ponto de, naquela noite, alguns moradores da pacata Campestre terem presenciado o clarão sobre a serra. E Tomás se sentiu o mais forte dos homens. O bem aventurado, pois conquistara a glória do encontro celestial. Sua felicidade era imensa e ele queria muito mesmo dividi-la com Raquel. Assim como por encanto, não suportando mais a força trazida pelas luzes, ele explodiu dentro dela, lançando-lhe a força que armazenara durante seus 19 anos para ser projetada num encontro divino. Raquel forçou muito suavemente sua anca para trás e não se moveu mais, tendo Tomás inteiro dentro de si ficou assim, por algum tempo, que mais lhe pareceu uma eternidade. A explosão de Tomás em sua união com Raquel dispersou aqueles milhões de luzes coloridas para longe, como numa apoteose.


O monte voltou a ficar às escuras. As luzes que estiveram por ali pareciam se reunir agora no horizonte fazendo raiar o novo dia. Muitos já haviam partido. Nem todos haviam conseguido ver as luzes. Tomás e Raquel, no entanto, saíram dali muito mais crentes.


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