Conferências e Debates e Outros Temas
Abilio Terra Junior
Participei, como espectador, com a minha esposa, do 3o Salão do Livro de Minas Gerais & Encontro de Literatura, cujo saldo me foi bastante positivo. Entre as Conferências e Debates, assisti a: Vertentes do Romance Brasileiro, O Itinerário Poético de Emílio Moura, Drummond, Paixão Nacional/O Poeta e o Amor, A Produção Biográfica e o Desafio da Reconstrução de uma Vida, As Narrativas Breves e o Futuro dos Contos. Em todas, constatei excelente nível de todos os participantes, entre os quais grandes nomes da nossa literatura, que se mostraram preparados, demonstrando elevado conhecimento dos complexos assuntos em pauta. Posso dizer, sem medo de errar, que tanto eu, quanto os demais espectadores muito aprenderam e assimilaram, ao longo dessas mesas-redondas, em que os autores expuseram as suas experiências, com espontaneidade, clareza de idéias, senso de humor, e troca de opiniões, sem esquecer as respostas às perguntas dos espectadores, com amplo conhecimento e discernimento.
A nota desabonadora ficou com o evento do último dia, 18/8, no Salão de Idéias, com o tema Literatura Digital. A platéia, que já era exígua, foi saindo aos poucos, ate que, ao final, restou menos gente ainda. É que os dois apresentadores, um "owner" de um site literário de Belo Horizonte, e uma "owner" de um site literário do Rio de Janeiro (se não estou enganado), se limitaram a fazer a apresentação dos seus respectivos sites, como se compõem, e de outros temas técnicos quanto aos mesmos, mas, quanto à literatura propriamente dita, nada foi dito ou cogitado...
O site da senhora mencionada trata de temas infantis, o que não despertou o meu interesse. Quanto ao site do senhor mencionado, já o conhecia, pois, há bastante tempo atrás, ao tomar conhecimento da sua existência, através de um "link" de outro site literário, de uma dessas "cabeças coroadas" do nosso meio literário virtual, e sabendo ser o mesmo de Belo Horizonte, onde resido, decidi, infelizmente, lhe enviar uma mensagem, me apresentando, mencionando, inclusive, o bairro onde resido, e lhe enviando, ao mesmo tempo, um ou mais poemas da minha autoria.
Acredito que a minha mensagem tenha sido sumariamente deletada, pois nunca recebi qualquer resposta; ou seja, não deve ter conseguido passar pelo seu "filtro", como ele mesmo mencionou, em certo momento, com alguma reserva, quase murmurando.
Bom, o saldo dessa minha participação foi também positivo, pelo seguinte. Percebi, claramente, observando esse cidadão, particularmente, pela sua argumentação e postura, que esses pretensos "deuses" auto-coroados, ou coroados pelos membros do seu grupo literário virtual, possuem os seus pés de barro. A gente queima as pestanas, prepara uma mensagem bem redigida, escolhe textos em prosa ou em verso com carinho, e os encaminha através de um e-mail, aguarda com uma certa expectativa, pois isso é natural em nós, humanos, e recebe, em troca, exatamente... nada! O silêncio, que fala por si mesmo. Ou seja, nada mais do que o desprezo, como se dissesse "você não é digno de comigo conviver, não está a altura dos meus pares".
Ora, ele mencionou, durante a tal "palestra", certos sites, por mim também conhecidos, que, claramente, pertencem ao seu mesmo "grupo de literatos virtuais", que se colocam em níveis acima de nós, pobres mortais comuns, que escrevemos humildemente os nossos textos, aspirando a, um dia, alcançar "um lugar ao sol", sermos, pelo menos, reconhecidos como escritores e poetas que possuem conhecimento na sua área de atuação, o que, creio eu, não é pedir muito.
E, agora, deixando a modéstia um pouco de lado, posso dizer, pelas mensagens que recebo, que escrevo com conhecimento, seja em verso ou em prosa. Recebo não só elogios, como perguntas de leitores interessados nos assuntos por mim abordados, bem diversificados, por sinal. Os meus três e-books de poesias, no site Hotbook, www.hotbook.com.br , alcançavam, até 05/08/2002, a soma total de 62.262 downloads, portanto, um número bem expressivo (é bom esclarecer, para se evitar mal-entendidos, que os "selos" que acompanham os e-books não dizem exatamente o número de downloads, pois só são trocados quando alcançam determinados números, já definidos de antemão).
Por sinal, nada tenho contra os livros impressos, pelo contrário, comprei um bom número deles no 3o Salão do Livro, e os leio, e sempre os li, com muito prazer. Pretendo ainda, um dia, quando surgir a oportunidade, publicar também um ou mais livros impressos. Não creio que exista qualquer rivalidade ou competição entre os e-books e os livros impressos. Creio que ambos podem conviver harmoniosamente, pelos séculos afora, ajudando-se, harmoniosamente, uns aos outros.
Quanto às mencionadas "cabeças coroadas", posso dizer que tive algumas amargas experiências, nas minhas "andanças internáuticas", principalmente, em certas "listas de discussão literária", que, o que menos "discutem", é, exatamente, literatura. Tenho, a propósito, alguns textos na Usina de Letras que, de uma forma ou de outra, abordam esse tema, como "Ética na Internet", "Cibercidadania-Direitos Virtuais", "Manifesto contra o Fundamentalismo Literário", todos de outros autores, mas, também, da minha autoria, "O Mar não está pra Peixe", e outros textos.
Certa vez, há bastante tempo, em uma dessas "listas" ou "grupos", que, diga-se de passagem, até chegava a discutir literatura, com críticas construtivas aos meus e a outros textos dos participantes, de repente, o "owner" da lista, outra "cabeça coroada", que, praticamente, dela não participava, colocou na lista um "poema venenoso", que me atingia diretamente. Acredito que, sem saber, eu tinha atingido a vaidade de algum participante, que se queixou ao dito-cujo. E, como resposta, lá veio a agressão descabida. Eu respondi à altura, pois não tenho sangue de barata, e me retirei, imediatamente, da tal lista.
Pois bem, comecei a receber mensagens dos componentes, pedindo-me, encarecidamente, que retornasse, após um pedido de excusas, pois havia atingido em cheio ao tal "owner" etc etc Eu, ingenuamente, diante de tantos pedidos, decidi relevar o fato sucedido, e retornei, após redigir um poema, no qual, implicitamente, me excusava ante o ocorrido. Péssima decisão! Pois, começaram, desde então, as "picuinhas", através de poemas e insinuações maldosas e maliciosas de toda ordem! Percebi, só então, a "armadilha" que haviam me preparado! Retirei-me, desta vez, definitivamente, não sem antes deixar "o meu recado", com poemas que enfocavam os tristes e mesquinhos episódios.
Mas, a "história" (que eu prefiro sempre à "estória", que é um anglicismo), infelizmente, não terminou por aí. Continuei sendo vítima de uma perseguição medíocre e mesquinha por parte dos membros do tal "grupo", comandados pelo tal "cabeça coroada", em especial, de uma moça, que, desde o início, me pareceu ter sido o pivô de todo o mal-entendido, da agressão gratuita etc etc
Percebi isso pelo que me aconteceu, posteriormente, em outros grupos ou listas de discussão "literária" de que participei. Lá pelas tantas, a tal "mocinha" surgia, e, aí, começavam as insinuações maliciosas e gratuitas, da mesma forma que já acontecera anteriormente. Decidi não participar mais de "listas de discussão literária", pois percebi quanto tempo estava perdendo (recebia dezenas de mensagens diárias, sendo que a grande maioria não me interessava), que poderia ser empregado de uma forma bem mais produtiva, e de como as listas eram uma fonte muito mais de aborrecimento do que de troca e aprendizado saudável para mim, pelos motivos já expostos, e pelos constantes desentendimentos que ocorriam entre os participantes. .
Segui o meu caminho, como sempre, escrevendo, lendo, estudando, me aprofundando e me aperfeiçoando no meu fazer poético e em prosa. E não me arrependo. Apesar de tudo que se passou, guardei as minhas experiências, para não repetir os mesmos erros, sou considerado e respeitado por muitos no meio literário virtual, pessoas de bom senso, argutas, inteligentes, experientes, e de excelente nível literário e ético. Isso é o que importa para mim. E como diz aquele velho provérbio árabe: "os cães ladram e a caravana passa".
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