Usina de Letras
Usina de Letras
224 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Contos-->A VELA E A ÂNCORA -- 19/10/2004 - 22:49 (Antonius) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma nau foi lançada de um porto pacífico para cruzar um mar impregnado de desventuras, tempestades, maremotos; cantos e contos de sereia a iludir o navegador.

Netuno era desafiador em cada milha, em cada onda.

Enquanto ancorado o vento soprava suave; o brilho do sol esplendia: tudo era paz, felicidade.

Dada a ordem de partir, mal recolhida a âncora o sol não brilhou como antes. Os ventos tornaram-se gélidos. O coração navegador tornou-se, tal qual o mar, a transbordar de dúvidas. Não demorou muito para os viajores serem assolados pela primeira tormenta, que de tão terrível quase pôs a pique a nau.

O Leme de firme passou a inseguro. Foi quando a Âncora de súbito disse:

- Quando eu estava em repouso, vivíamos em paz. Nada nos perturbava: nem as ondas, nem os ventos, nem os raios. Lancem-me ao fundo novamente e tudo será paz.

O Leme vencido pelo pavor acatou as palavras da companheira e disse:

- Encontrarei uma praia, onde possamos permanecer sem tormentas a nos assolar e lá ficaremos.

Assim foi feito.

Atingiram uma praia na manhã seguinte, mas não sem antes terem vivido novos dissabores e desafios.

O local era ideal. Pouco profundo. Um estreito braço de mar que entrava junto a terra formando uma baía segura e tranqüila. Dali não sairiam mais. A Âncora mergulhou e sentindo-se segura em profunda calma, pôs-se a dormir e esquecer dos dissabores vividos. Rememorando o primeiro entrave, pensou:

- Bem que poderíamos nos deixar ao naufrágio e nossos problemas já estariam resolvidos.

Naquela racanto os dias corriam monótonos. O Leme a olhar o horizonte ao longe, no mar das dúvidas, fechado numa tranqüila baía, sentiu-se mais aterrorizado que ante as terríveis tormentas que enfrentara, pois tinha impressão que seus sentidos embotavam.

Olhando-o com infinita desolação a Vela disse:

- Sinto-me inútil. Sinto que a vida se perde ao longe enquanto morremos covardemente. Tenho pressa de cruzar esse mar. E se este for bravio, sejamos mais; se os ventos forem poderosos, usemos estes para que cruzemos mais rápido; se o mar nos quiser tragar, busquemos o equilíbrio e sejamos maior que a maior das ondas.

O discurso inflamado veio de encontro ao desolado Leme que em sobressalto içou a Âncora que acordou assustada e bradou;

- Porque me tiraste de repouso tão agradável?

- Retomaremos a viagem! Respondeu com energia o Leme.

Estremeceu-se a Âncora ante a segurança e firmeza do Leme. Silenciosa tomou seu lugar no barco.

Sabia a Âncora que, aquele hora, a Vela vivia seu momento, mas sabia também que ao menor vacilo teria novamente o domínio sobre o Leme. Com este pensamento, sorriu irônica e se calou.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui