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Contos-->O Grande Pescador -- 25/10/2004 - 07:29 (Miguel Perrone Cione) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Simpliciano residia em uma pequena e pacata cidade interiorana. Apaixonado pela pesca, dizia-se o maior pescador das redondezas, mas isso era só no “papo”, porque na realidade todos sabiam que o nosso pescador era o mais desajeitado e o menos técnico de todos; não conseguia pescar mais que humildes lambaris, assim mesmo, com a peneira.

Quantas e quantas vezes Simpliciano, para exaltar perante os amigos suas pretensas qualidades de exímio pescador, chegava até a comprar no mercado de outras cidades peixes frescos, para exibi-los como produtos da sua pesca. Mas na maior parte das vezes, levando apenas alguns bagres, dizia a todos que os dourados fisgados por ele tinham sido vendidos por insistência dos compradores, que já o conheciam como importante pescador.

Não poucas vezes o nosso herói, rodeado dos curiosos que gostavam de ouvir suas gabolices, narrava incríveis façanhas.

Uma vez contou que, em uma de suas pescarias no Araguaia, navegava na canoa de um amigo próximo à margem do rio, quando se deparou com um espetáculo inusitado: duas enormes sucuris de mais de vinte metros digladiavam-se numa luta mortal. Tanto uma como a outra já havia engolido grande parte da cauda da inimiga e, assim, foram se devorando rapidamente. Quando ele, Simpliciano, puxou a máquina fotográfica para documentar o fato, não deu mais tempo; daquele imenso rolo de cobras não existia mais nada. Uma havia devorado a outra!...

Lorotas como essas faziam de Simpliciano o rei da conversa fiada. Porém, certa feita, aconteceu o inesperado: Simpliciano, no dia máximo da sua sorte, pescou de fato um lindo dourado, um dos maiores que se havia visto na região. Tão belo era o peixe que logo conseguiu vendê-lo bem caro aos compradores, pois Simpliciano precisava urgentemente de dinheiro.

Quando retornou à sua pequena cidade, depois de uma longa viagem, apareceu com alguns pequenos peixes como de costume; chegou calado sem a peculiar fanfarronice, sem o “papo” de haver pescado e vendido enormes dourados.

Diante da sua impassividade, os amigos lhe perguntaram: “Então, Simpliciano, muito peixe e muito dinheiro, como sempre?”.

O nosso herói, para não faltar ao hábito de falsear à verdade respondeu, aparentemente contrafeito:

- Nada... foi a única vez na vida que só peguei estes bagres!...
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