Número do Registro de Direito Autoral:131438349229526300
SEM EIRA NEM BEIRA
Silva Filho
Vejam só que coisa louca
Maquinando na moleira
Para muitos que trabalham
Não há eira e nem beira;
Mas pra outros a fortuna
Tem crescimento de duna
Chegando pela biqueira.
Pra quem vive em Brasília
A fortuna faz um elo
Quem não tem uma mansão
Tem ao menos um castelo;
Representantes do povo
Deixam o povo com o ovo
Pra não passar de bruguelo.
Esse ramo da CIÊNCIA
Tem nome de ESPERTEZA
Pois quem não chora não mama
Nos peitinhos da riqueza;
O povão com tantos vales
Não enxerga grandes males
Forjados pela NOBREZA.
Quem já tem bolsa pra tudo
Tem mais é que se calar
Porque bolsa pra castelo
Essa não vão espalhar;
Também a bolsa-mansão
Só pra quem faz um serão
Sem parar de trabalhar.
O Cartão Corporativo
Também pode ter sua vez
Todo mundo ganha um
Sem distinção de jaez;
Pra pagar carne, feijão
Carro, viagem, salão
Como “Pequeno Burguês”.
Um cartão que faz milagre
Sem limite de despesa
Não deixa faltar no quarto
Não deixa faltar na mesa;
Sendo canal de fartura
É o cartão que traz a cura
Pra curar qualquer pobreza.
Então vamos na balada
Sem medo de ser feliz
Crise aqui nunca tem vez
(Passa perto – por um triz);
Com o cartão milagreiro
Jamais vai faltar dinheiro
Pra manter o chafariz.