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Infantil-->HOJE, EU VOU DORMIR CEDO... -- 26/12/2002 - 15:56 (BRUNO CALIL FONSECA) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
HOJE, EU VOU DORMIR CEDO...

Hoje, eu vou dormir cedo...
Quando o ponteiro grande estiver para estar
Com o seu companheiro nos cinco, nos seis, nos sete, nos oito
Ou mesmo nos nove,
Quero estar já estando com o gorrinho e o meu par de meias
Bem acomodado nos pés.

Meu corpo precisa de descanso.
Há partes de mim que nunca se mostraram antes existentes.
Talvez andasse muito ocupado pelos últimos tempos
Dos cinco, dos seis, dos sete, dos oito
Ou mesmo dos nove,
Para notá-las.
Como o belíssimo telhado daquele sobrado antigo que sempre esteve ali,
Naquele mesmo lugar,
Mas que não conseguia desviar a diligência nos passos.

Há partes de mim que nunca se mostraram antes existentes.
Agora então, doem-me uma profunda dor de até apalpar
Os cinco, os seis, os sete, os oito
Ou mesmo os nove
Dos cinco dedos dos quatro membros dos três seres que,
Em mim próprio,
Brigam pelos dois lados divisores do eu inteiro.

Hoje, eu vou dormir cedo...
Quando o ponteiro grande estiver para estar
Com o seu companheiro nos cinco, nos seis, nos sete, nos oito
Ou mesmo nos nove,
Quero estar já estando com o gorrinho e o meu par de meia
Bem acomodado nos pés.

Meu corpo precisa de descanso.
Deixarei a pena sem pena voar das letras para as imagens focalizadas
Pelos cinco, pelos seis, pelos sete, pelos oito
Ou mesmo pelos nove sonhos
Em princípio-final da linguagem aprisionadora do ser na razão.
- Ó musa, não mais me recordas as causas:
Tamanhas iras cabem somente nos ânimos da consciência!
Sinto as águas do rio Lete envolverem-me em suas ondas inexoráveis.
Sinto um profundo sono já cochilando as minhas pálpebras
Meladas de Suor Viscoso.
Sinto-me muito fraco, muito pesado,
Muito surdo, muito mudo, muito tudo e muito nada
Nos cinco dedos dos quatro membros dos três seres que,
Em mim próprio,
Brigam pelos dois lados divisores do eu inteiro.

Hoje, eu vou dormir cedo...
Quando o ponteiro grande estiver para estar
Com o seu companheiro nos cinco, nos seis, nos sete, nos oito
Ou mesmo nos nove,
Quero estar já estando com o gorrinho e o meu par de meias
Bem acomodado nos pés.

Mas que imperiosa ironia do tempo!
Já são duas horas da manhã.


MEU POEMA

Meu poema não sai do papel,
Não tem vida.
Meu poema se limita
A um painel
De simples linhas.

Meu poema não é molhado
Comé o mar celebrado
Pelo grande Camões.
Meu poema não soa
O burburinho de vozes que ecoa
Nos fulminantes versos de Gullar.
Meu poema não sopra ar,
Não tem mar,
Nem sonhar,
Nem cantar.

Meu poema não tem árvores.
E, se algo disto
Cá encontrares,
Não te empolgues,
Pois são só signos.
Meu poema não tem pássaros,
E, cá se encontrá-los,
Não os verás em assobios,
Pois são só signos.
Meu poema não tem mulheres,
Conforme queres,
Só as tem em signos.
Meu poema é como
A lâmpada sem lume,
O vidro de perfume
Sem o próprio perfume
E ainda a lâmpada
E o vidro de perfume
São aqui somente só signos.
Meu poema me transforma
Num punhado de signos.

Meu poema...
Meu poema...
Que merda é meu poema?
Meu poema é uma arena,
Toda armada,
Arquitetosa e arquitetada,
Meticulada.
Meu poema é feito
Com as luvas e pinças
Dos manuais, das Academias,
Bucha de canhão
Para qualquer discussão
Que não apenas,
Apenas o meu poema.

Meu poema!:
Meu poema
É algo que escrevo
Para depois
Poder falar algo,
Para ter sobre o que falar.
Meu poema não quer cantar.

COPIA: http://www.fabiofrohwein.hpg.ig.com.br/Ciencia_e_Educacao/9/interna_hpg1.html
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