Usina de Letras
Usina de Letras
23 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62286 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10389)

Erótico (13574)

Frases (50677)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4781)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3310)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6210)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->A CIDADE E O SERTÃO -- 11/03/2009 - 10:10 (Tarcísio José Fernandes Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A CIDADE, O SERTÃO E O POETA

I
Pra quem pensa que o sertão
Não tem nada de bondade
E acredita que a vida
Só é boa na cidade,
Veja esta discussão
Da cidade com o sertão
Pra sentir se é verdade.
II
Sertão, sou sua cidade
Onde você pode achar
Tudo que você precisa
Para se modernizar.
Se você não acredita,
Faça-me uma visita
Que você vai comprovar.
III
Eu tombém quero falá
Qui eu sô o seu sertão,
Qui pruduzo o necessáro
Para sua pricisão.
Só lhi basta a mudernice?
E si eu num pruduzisse
Carne, leite, fruita, e grão?
IV
Aqui, tem televisão,
Rádio e computador.
Tem cinema e teatro,
Tem transporte a motor,
Tem igreja e hospital,
Tem setor industrial
E comércio promissor.
V
Cá, TV é o sol-si-pô,
O meu ráido é um tarela.
Meu transporte é a carroça
Ô um bom burro di cela;
A farmáça é uma erva,
Meu pruduto é sem conserva.
Oratóro é a capela.
VI
Muita casa aqui é bela,
Com moderna arquitetura;
Tenho prédios e palácios
De governo e prefeitura;
Tenho asfalto, mar e praia,
Paletó e mini-saia,
Clube, festa e cultura.
VII
Apois minha cubertura
Tem a construção bem rude.
Meu asfarto é a verêda;
Minha praia, um açude;
Minha rôpa é custurada,
Minha festa é na latada.
Cá, curtura é tê saúde.
VIII
Inda tenho a virtude
De viver com o progresso
E também com a presença
De alguém que faz sucesso.
Aqui nasce um invento
E se faz o julgamento
No desfecho dum processo.
IX
Num priciso do proguesso
Qui ocê mi faz menção,
Nem tombém desse arguém
Qui só traz a inlusão.
Lém do mais aqui eu vivo
Zufruindo um linitivo
Sem violênça e puluição.
X
Tenho, para o cidadão,
Futebol e carnaval,
Praia, sexo e modismo,
Mega-show e festival,
A imensidão do mar,
E outras coisas pra falar
Do lazer ao social.
XI
Cá, tombém o pissoal
Tem arguma animação.
Purinxemplo: vaquejada,
Argolinha e apartação.
Mêis di junho, uma fuguêra
E as muitas brincadêra
Duma festa di São João.
XII
Tudo bem, pobre sertão,
Não há mais necessidade
De mostrar no que eu posso
Promover felicidade.
Se quiser, eleja alguém
Pra dizer quem é que tem
Vida com mais qualidade.
XIII
Tudo bem, nobri cidade,
Eu tombém tinha um montão,
Mas si foi interrumpida
Essa nossa discussão,
Dexi intônse qui o pueta
Faça ela sê cumpleta
Dano sua opinião.
XIV
Entro eu na discussão
E revelo, afinal,
Com quem fico nessa teima
Que, parece, está igual.
Porém digo que a razão
Sabe que meu coração
Tem um lado emocional.
XV
Então, sendo racional
Quanto à minha opção,
Eu revelo para os dois
Sob a voz da emoção:
Se tivesse que escolher
Um lugar para viver,
Viveria no sertão.
XVI
Foi ouvindo a razão
Que eu vim para a cidade.
Cá, lutei muito na vida,
Venci com dificuldade.
Mas o meu ser emotivo,
Do sertão – seu lenitivo,
Inda hoje tem saudade.

- fim -
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui