Usina de Letras
Usina de Letras
38 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62330 )

Cartas ( 21334)

Contos (13268)

Cordel (10451)

Cronicas (22543)

Discursos (3239)

Ensaios - (10406)

Erótico (13576)

Frases (50709)

Humor (20055)

Infantil (5474)

Infanto Juvenil (4794)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140845)

Redação (3313)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6220)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->PAU DOS FERROS -- 11/03/2009 - 18:39 (Tarcísio José Fernandes Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
PAU DOS FERROS

I
Minha terra é sem palmeiras,
Não tem sabiás cantando
E nem aves gorjeando
Como em outras ribanceiras.
Não tem ruas com paineiras
Nem pedrinhas de brilhante,
Mas tem em cada habitante
Tanta hospitalidade
Que faz a felicidade
De qualquer um visitante.
II
Na história aprendi
Onde foi que ela surgiu:
Foi às margens de um rio
Que se chama Apodi.
Não havendo por ali
Rodovia nem estrada,
Para uma viajada,
Viajavam pelo rio;
Onde houvesse um bom sombrio,
Davam uma repousada.
III
Assim, quando fazendeiros
Entre si negociavam
O rebanho confiavam
A alguns de seus vaqueiros.
Pelo rio, os boiadeiros
Conduziam a boiada.
Se na hora da parada,
Algum deles desse a dica,
Sob uma oiticica,
Davam uma arranchada.
IV
Nessa hora, a boiada
Na viagem adquirida
Ou então a rês nascida
Ali mesmo era ferrada.
Cada rês era marcada
Com um ferro incandescente
Que tinha as letras da frente
De seu novo fazendeiro.
Era assim que o vaqueiro
Registrava um semovente.
V
Certo dia, um vaqueiro,
Depois de ferrar o gado,
Quis deixar ali lembrado
Seu senhor – seu fazendeiro.
Dessa forma, um boiadeiro
A história modifica.
Quem não sabe, a gente explica:
O vaqueiro, simplesmente,
Pôs o ferro incandescente
Lá no tronco da oiticica.
VI
Quando outros boiadeiros
Por ali se arrancharam,
Os seus ferros encravaram,
Imitando os primeiros.
Não sabiam os vaqueiros
Que ouvindo tantos berros
E cravando esses ferros
Lá naquela oiticica
Davam eles uma dica
Para o nome Pau dos Ferros.
VII
Pois alguém lá construiu
Uma tenda bem ao lado;
Dessa tenda, um povoado
Foi-se erguendo lá no rio.
Para vila evoluiu
E depois virou cidade.
A originalidade
De seu nome comunica
Que vem duma oiticica
Minha naturalidade.
VIII
Essa criatividade
Deu origem a Pau dos Ferros.
Entre aboios e entre berros
Foi nascer minha cidade.
Hoje, na localidade,
Outro marco significa
Que a velha oiticica
Sua fama inda expande:
É um obelisco grande
Que pro alto se estica.
IX
Nos anos mil setecentos,
A Matriz foi elevada
E, em cidade, transformada
Nos anos mil oitocentos.
Esses acontecimentos
Não se apagam da memória
De quem vive sua glória.
Pau dos Ferros – a cidade
Da qual, hoje, com saudade,
Reproduzo a história.
X
Lá, na região Nordeste,
Pau dos Ferros se situa
E ainda continua
“Princesinha do Oeste”.
Fica bem no Alto-Oeste
Do Rio Grande do Norte
Onde o sol é muito forte
E a seca só castiga,
Mas tem sempre a mão amiga
De Deus, como seu consorte.
XI
A Senhora Conceição
É a sua padroeira
E a grande medianeira
Entre Deus e seu cristão.
Sob sua proteção
Pau dos Ferros leva a vida.
Sua fé é concebida
Na religiosidade.
Isso faz nossa cidade
Ser, por Deus, bem protegida.
XII
Importante é a gente
Que compõe sua história,
Mas com medo da memória
Deixar fora um componente,
Quero aqui ser reticente
E não nomear ninguém,
Pois prefiro que alguém
Que na história se invista
Tenha a sua própria lista,
Que na minha está também.
XIII
Pau dos Ferros, não esqueço
De você um só momento.
Deu-se em si meu nascimento
E, pra vida, o meu começo.
Você é um endereço
E um destino virtual
De meu ser emocional,
Pois se aperta a saudade
Lá da minha mocidade
Faço-a meu memorial.
XIV
É de glória seu passado;
Seu presente, de vitória.
Seu futuro, na história,
Também vai ser bem contado.
Pau dos Ferros, seu legado,
Satisfaz-me e me completa.
Você é a minha meta
Quando a infância vem à tona
E a saudade se faz dona
Das visões deste poeta.
XV
Se você não tem palmeiras,
Não tem sabiás cantando
E nem aves gorjeando
Como em outras ribanceiras;
Se você não tem paineiras
Nem pedrinhas de brilhante
Nada disso é importante.
Se foi pra Gonçalves Dias,
Para minhas alegrias
Ser seu filho é o bastante.

- fim -
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui