Tuas palavras
- tão minhas -
me tocam,
Feito o mesmo vento matinal
que escorre pelas minhas costas hoje.
O seu perfume vem marejando
e sinto renascer em mim a noite serena.
Sob o olhar maroto
de guias celígenas que nos pretegem,
e nos embalam na canção de gotas puras
com seu tilintar calmante
- se fundem à casa -
O mesmo fazemos.
Embalados, até o amanhecer
Vamos nos fundindo
E nos perdemos dentro de nós.
Na calada da noite
No despertar da alma
Viramos sonhos e driblamos a realidade.
Seus lábios famintos por beijos
O meu corpo suplicando seus lábios
E a minha boca vai descobrindo
novos risos, novos gestos
por caminhos tão familiares
- e ao mesmo tempo tão novos -
Vou saboreando, te degustando
Vou te lambendo, vou te sugando
Arrancando de ti segredos guardados.
Seus olhos falam por ti
Sua boca em meio sorriso
me pede que nao pare.
Meu corpo vai correspondendo
E cada vez mais
Vou me embriagando
Me entorpecendo
de gozo, paixão e carinho,
mistura louca e sem medo.
Nesta hora nao existe fim nem começo
Não existe você e eu
Não existe razão e realidade.
Perdidos na noite
Só existe nós,
a escuridão e a chuva perene.