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Cordel-->DESABAFO DE ELEITOR -- 14/03/2009 - 15:31 (Tarcísio José Fernandes Lopes) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
DESABAFO DE ELEITOR

O político:
I
Meus amigos desta vila,
Eu não quero ser esnobe,
Quero apenas lhes dizer
Que o político que aqui sobe
É um cidadão que faz
Da honestidade um hobby.

O matuto:
II
Seu dotô, cuma é qui pódi,
O sinhô nessa inleição
É di nôvo canidato,
Isqueceu-se qui o povão
Já tá chêo di prumessa
E di tanta imbromação?
III
O sinhô si alembra, não?
Num faz nem uns quatro ano
Qui o sinhô passô aqui
Feito um "Jesus humano",
Prumeteno quaje tudo
Qui nóis tava pricisano?
IV
Prumeteu água nos cano
Pra decê pulas tornêra.
Prumeteu a inergia
No lugá duma fuguêra.
Prumeteu um posto méidico
Cum dotô e infermêra.
V
Prometeu ôtras bestêra,
Ao falá no microfone:
Dixe qui ia trazê
Pr’essa vila um telefone
E, pra nóis dançá uns baile,
Cordeón e saxofone.
VI
Inté mermo aquele "môni",
Qui os voto a nóis comprô,
Num deu nem pra nóis pagá
O transporte qui levô
Um magote di imbecí
Pra votá lá no sinhô.
VII
Lhi inlegemo, seu dotô,
E ficamo isperano
As prumessa qui o sinhô
Feiz pra nóis naquele ano.
Munta gente tava inté
Assuntano alguns prano.
VIII
Eu inté comprei uns cano,
Cum tornêra e uma pia.
Meu cumpadi Zé da Luz
Comprô tudo di inergia.
Zé Tetéu inté pensava
Dessa vila sê vigia!
IX
Num mi isqueço da alegria
Da muié di Zé do Galo
Ao dizê: "Cum telefone,
Todo mêis agora eu falo
Cum meus fio qui istão
Trabaiano im Sum Pálo.”
X
Quem no pé tinha um calo,
Cumeçô logo a tratá,
Pra pudê ficá curado
E assim pudê dançá
Lá nos baile qui os múzco
Todo sábo iam tocá.
XI
Ninguém mais ia mudá
Dessa vila pra cidadi.
Ôtra veiz criamo gosto
Di morá na propiedade.
Nóis vivia rino à-tôa
Na totá filicidadi!
XII
Mais ficô só na vontadi:
Quatro ano si passô,
Nóis na vila isperano
As prumessa do sinhô.
Inté hoje nossa vila
É a merma, num mudô.
XIII
E agora o sinhô
Tá di vorta pur aqui.
Si vei só pidi os voto
Desse bando di imbecí,
É mió dá logo o fora,
Si arranque já daí.
XIV
Nôtro canto, vá mintí,
Chegui lá minta à bessa!
Pódi prumetê di tudo
E dispôs os voto peça.
Só num peça nessa vila
Que tá chêa di prumessa
XV
Nóis matutos lhi confessa:
Nóis num somo mais pamonha
Pra ouví senveigonhice
Di quem num tem sirimonha.
Acho qui o sinhô pricisa
Nessa cara tê veigonha.
XVI
Um pulítico sem veigonha
Num merece sê votado.
Nosso povo inté prefere
Ficá mais nicissitado,
Mas num vota no sinhô
Qui só feiz nóis inganado.
XVII
Cuma já tinha falado
No iníço da cunvessa,
Nóis num cai mais im mintira
Nem ispera mais prumessa.
Vá imbora já daqui
Nem ao meno si dispeça.

- fim -
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