No dia 5 de julho[de 2002], ao amanhecer, fui surpreendida pela poesia aqui transcrita, com a devida autorização do autor. O autor, quem é? Marcus Vinícius Simeoni, poeta, colega de Usina, que ora me parece um garoto de quase meio século, ora me parece um adulto de 17 anos, sua idade real. Chegou a mim como garoto, contando angústias, falando de um sonho de liberdade. Manda seus poemas delicados de adolescente um dia, manda no dia seguinte poemas de um intelectual que não entendo e não alcanço, e que me parece um adulto já formado. Mas nos falamos como iguais, como iguais nos queremos e sentimos saudade um do outro quando nos calamos. Aqui seu poema e minha resposta.

Fui dormir na madrugada do dia 4, embriagada de emoções, porque o amor explode em mim, o amor do jeito que entendo, e com ele a vitória da vida, a vitória sobre os sentimentos mesquinhos, do tipo posse, ciúme, covardia... a vitória de meus instintos superiores, aqueles mesmos que os moralistas hipocritamente chamam baixos instintos... porque, mesmo em sofrimento pela perda irreparável do amor mais puro e profundo, daquele amor que paira acima de tudo, porque nada quer e nada exige, mesmo assim estou vivendo em plenitude. Sim, vivendo plena e levemente, a caminho da morte benfazeja, aquela que soube esperar por mim, soube esperar que eu estivesse madura e pronta para merecê-la. Na madrugada fui dormir. Dormi profundamente... Algo me acordou no dia seguinte, sei que não acordei sozinha. Levantei, liguei o micro e tive certeza de que algo me acordou, me chamando suavemente... era a TUA POESIA !!!

A tua poesia linda me embala agora! E eu pergunto: Meu garoto querido, o que sabes da vida para me dizer tantas verdades? O que sabes de mim para me descrever tão bem? Como sabes que sou tão linda e tão devassa? Onde me viste tão plena de graça? Me adivinhaste? Me leste? Invadiste minh alma? De onde arrancaste a verdade que revelas singelamente em tua poesia? De onde tiraste a força suficiente para me acordar, me chamar, me pedir pra te ler? Eu não sei... estou viva ainda... só percebo as coisas mágicas... e as acolho sem querer entendê-las. Não creio em nada além do amor, esse amor que trabalha em todos nós e sempre à nossa revelia. Trabalhou em mim e em ti... As palavras todas que me dizes foram geradas em teu coração cheio de sonhos e juventude... e aportaram neste meu coração em que o correr da vida não apagou os sonhos... e talvez aí estejam todas as respostas.

Obrigada pelo poema lindo e verdadeiro, CARO MIO!