FILHO DE MARIA PRETA
Maria preta, a santa mãezinha,
Conheceu preto velho, um feio escravo.;
A ele entregou-se para ser minha
E de mim fazer homem forte, um bravo.
Sem o seu leite, a mágoa já não lavo.;
No colo estou da branca sinhazinha,
Chorando. Nela meus dentes eu cravo
E levo um tapa. Oh que sorte mesquinha!
Socorre-me, negra, Maria Preta.;
Acolhe-me nesses seus grandes peitos,
Na direita ou na esquerda teta.
Longe de você, só tenho defeitos
E sonho que durmo numa sarjeta,
Onde vou morrer pelos meus direitos.
BENEDITO GENEROSO DA COSTA
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