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Cronicas-->Qual a sua Questão Existencial? -- 05/10/2003 - 11:45 (Graziella Davanso) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Você já parou para pensar que talvez ao nascer Deus tenha lhe entregue uma questão existencial?
Essa sua questão existencial é aquela que insiste, persiste em bater na sua porta sempre. É como se ela trouxesse em essência uma tarefa de casa que o grande mestre o incumbiu de fazer. Ele sabe que vai ser a pedra no seu sapato. Parece até um jogo, uma brincadeira e você tem a impressão que ele (Deus) deve estar dando umas boas risadas com as suas atrapalhadas, como um pai que acha graça no primeiro tombinho do filho quando começa a andar. Não, Deus não é sádico, longe disso. Ele confia em você, sabe que aguenta o tranco. Coisa de pai que ama incondicionalmente, pois ao mesmo tempo em que ama, desafia você só para vê-lo crescer forte e capaz. Ele enxerga longe, muito longe.
Essa sua questão existencial de vez em quando dá uma folguinha, mas não se iluda, ela não vai embora até que você esteja realmente aberto para saber.
Você busca, busca, busca, chega por vezes a desanimar, se entristecer, mas no dia seguinte, com o sol novamente a brilhar intensamente você ganha forças, energia, e confiante começa tudo de novo. Lá vai você todo serelepe com a sua questão existencial.
De repente você pensa que conseguiu responde-la. Fica feliz, se achando o mais bem-aventurado de todos os bem-aventurados. E pimba! Aparece algo para contrariar, que o deixa tão confuso, sem entender mais nada. Você só caiu numa armadilha, só isso. Eu sei! Não tem graça nenhuma, não é mesmo?! Mas aí, Deus vira para você, sério, e diz: "Presta atenção, filho!", porque ele é atento, ligado o tempo todo ao que acontece com você, muito, mas muito longe mesmo de ser um pai ausente.
Essa questão existencial é como se fosse o fio condutor da tua vida, aquilo que te move em direção a algo peculiar, uma experiência única.
Às vezes, você desconfia que não tem resposta nenhuma, ou pelo menos não do jeito que imagina e que Deus faz isso só para te testar, talvez porque saiba que você vai insistir em procurar algo concreto. E de tanto procurar fora, acaba ficando cansado, esgotado, em colapso. E é quando se vê obrigado a parar tudo, do tipo "para o mundo que eu quero descer" e percebe que precisa urgentemente mudar sua vida, seus hábitos, suas crenças, seus padrões. Aliás, sua questão existencial geralmente reside nos seus padrões, aqueles que se repetem, muitas vezes de forma paradoxal, que é para deixar você mais maluco ainda.
Geralmente é quando você se vê obrigado a parar com tudo que acaba se dando conta que tem coisas que não lhe servem mais, que está carregando muita bagagem, muitas vezes, inclusive as que não lhe pertencem. Você se percebe muito cansado dos métodos de busca habituais e se vê forçado a buscar novas e novas maneiras a cada dia, mudando o seu paradigma constantemente. Você começa a pensar em coisas que não havia pensado antes, não porque elas não existissem ainda, mas você é que não tinha tempo para perceber, ou o que acontece na maioria das vezes, você simplesmente não quis nem saber, ou talvez não estivesse preparado. Talvez você fosse do tipo que dizia "isso é coisa de quem não tem o que fazer, coisa de filósofos e malucos". Santa ingenuidade!
Às vezes, de tanto procurar a resposta, atirando para tudo quanto é lado, você fica achando que Deus forçou a barra com você lhe dando inúmeras questões existenciais. E aí você faz biquinho e bate o pé como criança mimada e birrenta. Tolinho!
Ah! Ah! É isso! Esse Deus é danado mesmo! A sua questão existencial não deixa você ficar parado de jeito nenhum, você se move o tempo todo, porque ela lhe deixa inquieto, ansioso, mobiliza todos os seus neurotransmissores, as suas emoções, até que você aprenda a lidar com tudo isso. Talvez Deus faça isso para fazer valer as palavras de Paulo (Romanos 12:2): "E não vos conformeis com esse mundo, mas transformai-vos com a renovação de vosso próprio entendimento".
Aí chega um dia em que você, se desapegando de uma porção de coisas inúteis, em silêncio profundo, acaba tendo pistas claras que as respostas para sua questão existencial estão mais perto do que você imagina, nas coisas mais simples, e principalmente dentro de si mesmo. Você acaba percebendo que a resposta para a sua questão existencial só será encontrada quando abrir seu coração, quando você entender que no fundo ela só faz você buscar um sentido para sua vida e que o tempo e o espaço em que ela reside não comporta questionamentos, julgamentos ou críticas, está para além das dualidades e contradições. Você acaba percebendo que ela, na verdade te leva inevitavelmente de volta para casa, para conhecê-la pela primeira vez, como provavelmente diria T. S. Eliot. E você compreende profundamente que a resposta, ou a luz que você procura não está no fim, ela está constantemente no caminho, o que faz você ficar mais atento para os sinais sutis que a vida lhe oferece enquanto faz a sua jornada.
Então, navegante, eu lhe pergunto: Qual a sua questão existencial?
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