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Cartas-->CARTA-DIÁLOGO: PARA AYRA-ON -- 19/05/2003 - 06:31 (ROSAPIA (veja página 2)) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CARTA-DIÁLOGO: PARA AYRA-ON (Republicação)

Amigo Ayra-on,

Para que o leitor entenda, o meu poema seguido do seu:

BIOGRAFIA

Vivi
E basta

Póstuma luz - uma releitura do Poema Biografia

Vivi, isso não basta.
Eu, como sou, não caibo em mim.
Quero ser uma mata mais vasta,
Selva mais densa que esse meu capim.

Vivi, isso não serve.
O que esfria no mundo me ferve
A alma em ecos no universo
Em Verso, verso, verso.

Vivi, isso não alcança,
Desejo a imortalidade do instante
Ser feito da lembrança
Sem espaços, inconsequente.

Estrela de fogo, revolucionária
Na luta infinda da escuridão nefasta,
Milhões de anos luz da vontade temerária.
Viverei, isso me basta.

Releitura do poema Biografia da amiga e companheira usineira Olympia Salete Rodrigues

************************

Lindo o seu poema! Não apenas sugere, mas inicia um diálogo com meu poema “Biografia”. Ao diálogo, pois!

Minha intenção, ao escrever o poema, era responder a inúmeros amigos e leitores que sugerem colocar em livro minha vida. O primeiro verso, a palavra “vivi”, dizia tudo, porque ter vivido é o que de fato interessa... O segundo verso termina o poema: “E basta”. Tudo tão simples, verdadeiro e completo como minha vida... Nada contra as biografias, mas não tenho intenção nem vontade de montar a minha. Biografia, para mim, é uma forma válida de não morrer, de ficar para sempre, quase se eternizar. Quando morrer, quero apenas desocupar o lugar que ocupei neste vasto mundo, deixar somente a energia do amor que sempre tentei o melhor cultivar, para que outros ocupantes do espaço deixado possam viver e sorrir nela envoltos. O que eu fiz e o que eu fui jamais interessará no futuro deste mundo em constante transformação, com novas gentes, novos valores, novas atitudes, novos efeitos. Na minha parca crença, só o amor permanece indelével. Assim, entendo que viver basta!

Sabemos, entretanto, que ao leitor cabe a interpretação que queira dar. Quando colocamos o poema a público, ele já não nos pertence... E você o interpretou... Possivelmente pensou que o “basta” significava o fim, não mais viver. E sua interpretação me valeu reflexões a mais, além das que eu havia feito no processo de criação poética. E foi quando percebi você e eu - assim como o seu e o meu poema - dialogando. Senti minha velhice plácida e serena em delicado e profícuo colóquio com sua juventude irrequieta e insaciável. Era a lembrança, a saudade, o cansaço, dialogando com o calor ardente e repleto de esperança de quem sonha e nunca desiste. Enfim, passado e futuro se confrontando no clima criativo da poesia. O seu e o meu poema são elos dessa enorme corrente.

Meu amigo, eu também sou teimosa e, assim como você, eu também sonho, ah como sonho! Apenas nossos sonhos são diferentes, diversas as formas como os encaramos. Eu acomodada em mim, enquanto você declara “em mim não caibo”. Talvez entendamos melhor se pusermos cores em nossos poemas: o meu em preto e branco – um tanto monótono e triste, com cara de quem termina e se despede; o seu colorido – as cores intensas e movimentadas da alegria, com cara de quem chega e apenas principia. Mas sempre sonhos, sempre uma espera, sempre um desejo, sempre vida!!!

Obrigada, Ayra-on, por me ler e sentir de tal forma que nos enriqueceu com sua releitura. E mais grata sou pelo diálogo aberto, não apenas para nós, mas para quem quiser participar dele.

Meus parabéns, um abraço e meu carinho.

Sal

16/08/2002

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