Amor Criança
Luiz Antonio Perilo Velloso
Meu amor é criança, tem a boca a escorrer sorvete.
Tem as mãos úmidas da ansiedade, o apressado
pulso do peito.
Tem cheiro de pipoca doce, telas de cinema ,
cinema nas minhas telas.
A saudade antiga e a saudade atual.
Asas, túneis, escadas.
Portos de partida e chegada.
Nutre-se de presentes, nostalgias,
chegadas e partidas.
Está nas ondas dos mares, nas velozes paisagens.
É tristeza e alegria.
Registra-se nos postes, nos linhos macios, nos bancos de praça,
Nada é maior do que o o meu amor.
Nas letrinhas trocadas, na voz abafada, no sonhado
grito contido,
um espaço muito íntimo que adoro frequentar.
Meu amor é atemporal, unipresente,
converte distâncias.
Muitas vezes toma uma dose de angústia,
mas não chega a se embebedar.
É.; um amor dinâmico,
não cumpre rotinas,
não aceita roteiros.
E, quanto mais me incomoda, mais gosto dele,
SEI QUE ESTÁ VIVO...
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