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Artigos-->A eternidade do efêmero -- 21/08/2002 - 21:07 (Evandro Carvalho da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O instante ínfimo captado pela máquina de daguerreótipos, contudo paralelo à intenção de capta-lo, não deixa de ser um grande a fabuloso acaso. O caracter da fotografia, dispare das outras faculdades estéticas, é a inclusão inevitável de certos elementos exteriores à intenção do artista. A máquina inventada pelo francês Louis Daguerr capta a imagem de modo diferente do que o fazem as pupilas. O inesperado e o efêmero da fotografia remonta ao inconsciente reprimido, coisa que a continuidade das imagens visuais não pode fazer.

O cinema serve para redimir a daguerreotipia de sua impotência em captar o real. O ideário renascentista buscava a perspectiva centralizada da imagem, nos moldes da geometria e em consonância com os valores científicos daquela era. É essa perspectiva que o aparelho de daguerreótipos visa a produzir. Essa perspectiva, contudo, é inadequada, pois supõe a captação unívoca da imagem. O ser humano, porém, a capta por dois canais. Os olhos, além disso, mantém certo ângulo entre si e são constituídos por superfícies côncavas.

Ao mesmo tempo em que essa perspectiva centralizada se pretende objetiva, ela trai um desejo totalizador do homem. O fato de a fotografia depender de um aparato tecnológico não lhe confere status científico. Mesmo esse aparato já traz em seu bojo manifestações ideológicas.

Recorte do quadro e alusão ao extraordinário. O ato de fotografar, de usufruir da máquina fotográfica ou de daguerreótipos, implica na escolha de um plano, escolha esta que não está desprovida de motivações ideológicas. Tal ideologia não se traduz apenas na definição da perspectiva, mas também na escolha da porção extra-quadro, que induz o apreciador a imaginar o que não está no vasto universo da imagem captada.

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