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Poesias-->Palmas -- 23/10/2005 - 19:43 (Janete Santos) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Este poema é de Cícero, Aluno da Pós-graduação/UFT





Palmas



Morar em Palmas tornou-se um sonho

Como de qualquer sertanejo ou desempregado

Que nem Fabiano, nulo neste mundo medonho.



- Lá encontro parentes e amigos do passado,

Conseguirei o emprego que tanto necessito:

No comércio, na indústria ou num parlamento...

- Lá só existe coronel abnegado.



Aqui no sertão não sou feliz como precisaria.;

Em Palmas a vida é cheia de bonança:

Tão tranqüila, tão repleta, tão mansa!...

Que o nordestino e nortista, cheios de esperança,

Vivem a realidade do progresso sem nostalgia.



Ah! Quantas compras e passeios farei!

Banhar-me-ei às margens da cidade na Graciosa.;

Correrei de cavalo no jóquei,

Subirei em liberdade na vida pomposa,

Esquecendo as angústias das secas que enfrentei,

Rogando ao Padim Ciço piedade, até na prosa.



E quando eu estiver na velhice,

Vagando nos palácios ou na Igreja de São José,

Peço a um repentista, com meiguice

Pra cantar algum repente da ralé,

Que já no tempo de Nordeste, achava ser tolice,

Viver os infortúnios da seca, só com fé,

Pois agora vejo: tudo era maluquice.



Palmas é outro mundo, outra nação,

É um portento cravado no coração brasileiro,

Tem garantido presente e futuro de sua geração,

Oriundos da riqueza que envia para o estrangeiro,

Revelados na arquitetura, nos móveis, na esnobação,

Na transformação do cerrado em celeiro.



Da acrópole, o plácido Araguaia vela seu povo:

São mulheres trajando à modernidade faraônica,

São estudantes e intelectuais que desprezam a crônica,

São crianças, idosos, imigrantes à gafe hegemônica,

Que cruzam com homens pragmáticos do Estado Novo.



E quando eu estiver na solidão,

Mais solitário que um indigente,

Na hora em que o stress parecer-me um suicídio iminente,

Lembrar-me-ei do sertanejo que fui, que ainda sou...



Mas em Palmas terei a casa que eu preciso,

No bairro, na praça, na rua que escolherei,

De sobra terei trabalho, educação, saúde, o paraíso...



Ó, tocantinos! Alegrem vossas almas!

Sigam-me, vou-me embora pra Palmas!



Palmas! Palmas!.... pra Palmas!





Profª Janete,



até hoje este poema continua inédito, mas a partir de agora espero que você o mostre para outras pessoas, companheiros. Não pretendo com esse texto ocupar o lugar de urubu (ser que só enxerga a carniça), todavia quero torná-lo acessível a fim de que as pessoas vejam como é nosso Tocantins.

A composição desse poema foi iniciada em abril de 1999, sendo concluída apenas em 15 de outubro de 1999. Na verdade, para o olhar do eu-lírico “Palmas” mimetiza claramente o que o Tocantins é: sonhos/dúvidas, paraíso/miséria, liberdade/ditadura, crença/descrença, modernidade/atraso, enfim, um Estado criado dentro da visão dos moldes feudais. O vocábulo Palmas, a meu ver, pode ser interpretado também como os nossos braços que sustentam este Estado (nação de Campos).





Um forte abraço!



Cícero, aluno da Pós

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