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Cronicas-->Crónica de uma morte anunciada -- 07/10/2003 - 00:28 (Patrícia Köhler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais uma crónica indignada para a minha coleção. Acabei de assistir ao Jornal Nacional e estou estarrecida. Contabilizei mais de 50 Bilhões(!) de reais desviados dos cofres públicos, nas mais diversas transações. CPIs saindo pelo ladrão, literalmente. Chorei, sem brincadeira.
Fico aqui pensando com meus botões quando é que a "lei de Gérson" deixará de ser uma das poucas leis que não falham nunca no nosso país.
Podem me chamar de idiota, utópica, idealista e o que mais quiserem, mas a minha maior vontade seria morar num mundo onde todos dessem valor às pequenas coisas.
Eu fico imensamente feliz quando chego em casa e sou recepcionada com esfuziante alegria pelos meus cachorros. Fico ainda mais feliz ao perceber que nenhum mal foi feito a algum dos meus gatos, e quando digito com um deles no colo, como agora.
Me deleito ao saborear uma manga gelada, ao pegar pouco trànsito, ao encontrar uma nota de dez reais esquecida no bolso de alguma roupa há meses sem uso.
Me alegro ao dirigir ouvindo um samba do Chico, ao conseguir pegar um ónibus quase vazio, ao me sentar no cinema e perceber que ninguém à minha frente obstrui minha visão.
Graças aos deuses eu dou valor a tudo isso, pois nossas vidas são regidas sempre por estas pequenas grandes alegrias. Certamente ficarei ainda mais radiante quando me casar, for mãe, conseguir publicar meu primeiro livro. Agora me digam por que, por que, meu Deus, algumas pessoas dão valor apenas a saldos bancários estratosféricos, mansões e jatinhos comprados à custa da miséria e estagnação alheias? Como podem agir assim?
Tirando toda a raiva e indignação, chego a pensar que estes boçais talvez sejam dignos de dó. Dó mesmo, piedade. São pessoas de almas tão, mas tão pequenas, de universos tão estreitos, que não sei se a melhor punição seria prendê-los - normalmente em prisões especiais e cheios de regalias que mais de 90% da população brasileira não possui - ou condená-los a passar o resto da vida com suas atividades escusas e sem saber o que é a real felicidade em suas vidas medíocres.
E deixar a felicidade para nós, que conseguimos extrair beleza e sorrisos das situações mais prosaicas.
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