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Cronicas-->Casa branca -- 07/10/2003 - 14:01 (Hamilton de Lima e Souza) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos



Perseguir sonhos. É uma das figuras de linguagem que ajuda a nutrir os dias dos homens. Faz parte do treinamento de pequenas, médias e grandes empresas quando os acionistas e proprietários entendem que os colaboradores de hoje podem ser parceiros amanhã.
Mas é também uma proposta que pode ser feita para qualquer pessoa, em qualquer tempo e lugar.
Dona Marli queria uma casa branca num lugar alto. Com jardim, flores, talvez umas árvores frutíferas. Levou 35 anos para conquistar seu sonho, lá em Curitiba.
A casa da Vila Hauer continua branca, mesmo depois de sua partida. O jardim continua cheio de rosas, boca-de-leão, há orquídeas , azaléias, samambaias, lírios, sei lá o que mais.
Dona Marli soube esperar e lutar pelo seu objetivo. Confesso sentir frustração por não ter publicado nada quando ela ainda andava pelo planeta. Mas ela sempre incentivou a busca pelas letras, pelo caminho do jornalismo ou publicidade, alguma coisa onde a palavra tomasse vida própria.
Um dia desses estava pensando na construção do sonho da filha de operários do 1º Batalhão Ferroviário, sediado no município de Bento Gonçalves, interior do Rio Grande do Sul.
Naquele tempo os operários tinham um salário até melhor comparado com o que ganham os funcionários civis do governo federal, dispunham de casas que pertenciam à União ou então eram locadas pelo governo federal para atender às necessidades dos trabalhadores civis e militares.
Eram tempos em que o governo federal construía estradas de ferro para desenvolver o país, tanto no sul quanto no nordeste, no interior de São Paulo. O único problema eram as bitolas, nunca unificadas, que atrapalhavam um pouco.
Da casinha branca com janelas azuis no KM2 para Curitiba Dona Marli acompanhou a história do Brasil, chorou com seus pais a morte de Getúlio Vargas, sorriu com a construção de Brasília, chorou e temeu na Legalidade, o golpe de 1964, a abertura política, o fenómeno das massas buscando liberdade, sonhos.
Não pode ver o operário Lula na presidência, já que o càncer a levou ainda no primeiro mandato de FHC. Fazia parte de uma geração que teve todas as emoções e temores na parte considerada "mais quente" da história tupiniquim.
Quantos sonhos sonhou com as pessoas de sua geração. Confesso, construir sonhos é um tanto difícil, mais do que construir textos, estas coisas que as palavras fazem e alguém assina.
Um dia desses estava pensando na casa que tive em Curitiba. Era branca também. Não havia pensado nisso antes.
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