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Cronicas-->Dodó & Pau-Ferro, os nossos jurássicos. -- 08/10/2003 - 17:17 (Raul Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


- O meu é dez por cento! - Adverte o prefeitinho.
- Mas... Não é quinze por cento o total?... E o senador? - Indaga o surpreso empreiteiro.
- O do senador é o de sempre! - Adverte o empertigado alcaide politicão.
[Canta, Cante, Cantai, Cantá, verão de 2002]

A PERSONAGEM principal do diálogo acima é um filhote da Mamassaura - recentemente, mandada para sua camarinha, em que hibernará, espera-se, por longos anos - e presunçoso aprendiz de cabala. Doutrina indigesta, para nossa infelicidade, aportada aqui no pós-ramospereiranismo, que, a despeito do ranço autoritário, fora legalista e intencionalmente probo.
Dias desses, um colega de trabalho questionou-me sobre me intitular poeta. E mais: de qual escola ou academia me foi dado o título etc. Ora, desde os primórdios da humanidade e, espera-se, até os seus últimos passos, houve, há e haverá poetas. Manuel Bandeira, Carlos Drummond, Cabral de Melo Neto são os bardos maiores tupiniquins. Homero, Virgílio, Dante, Camões, Milton, Rilke, Eliot, Poe, Baudelaire etc., poetas universais. Aliás, de poeta e louco todos temos um pouco. Portanto sou poeta sim, caro colega, ainda que pertença à grande e anónima legião dos que sonham em ser reconhecidos como tal... Disso eu não abro mão!
Que veja o caro colega estas sextilhas: - Não apimentam esta crónica atrevida, cutucando dois poderosos e insaciáveis felinos com vara curta?

Nas margens do velho Chico,
Nosso Nilo do sertão,
Mais que o mal dá o bem,
Dá uva, manga, melão...
Porém o que deu de ruim,
Nos mandou a Revolução!

Do solo pernambucano,
Aqui aportou também,
Ungido por interesse,
Como ao poder convém,
Um suposto governante,
Cuja missão ia além

Da mera governação,
Pois tinha como labor,
Para o então presidente,
Com fidúcia e primor,
Pavimentar-lhe uma vaga,
Pois queria ser senador!

Só que seu apaniguado
Tinha no sangue traição,
O pacto não foi cumprido,
Pois apoiou um João,
Rico usineiro alagoano
Das bandas lá do sertão!

De um pau que torto nasce
Não espere retidão.
De dois falazes caudilhos
Espere justiça não,
Pois se o imo é peçonhento,
A tez, dissimulação!

Se um já é o bastante,
Dois é coisa de Satã,
Se um hoje atormenta,
O outro é mal amanhã;
Se filho é um da Morte,
O outro, de um Leviatã!

Se pinta o sete Dodó,
O outro é de arrepiar,
Pois é madeiro e matreiro:
Tem sobrenome Cajá,
A mentira lhe é dom
E a traição é seu puçá!

E então... Devo aboletar-me em minha própria casa como a maioria dos meus conterràneos o faz - na qual incluo o caro colega -, mudo, indiferente? Ou devo, como Quevedo, resistir e "não calar, por mais que com o dedo, seja tocando a boca ou a testa, silêncio avisarem ou ameaçarem medo". Ou, ainda, questionar como ele:
- "Não há de haver um espírito valente?"
- "Nunca haverá de se dizer o que se sente?"
Enfim, devo renegar a minha ascendência português-cearense e gaúcha, que aqui aportou pelos passos pioneiros do meu tataravó, capitão Inácio Lopes de Magalhães, designado, em nome da Coroa, para comandar o forte São Joaquim, de cuja fazenda nasceu Boa Vista, curvando-me a aventureiros despóticos?... Claro que não!
Vive-se já em pleno século XXI. Para felicidade dessa grande nação chamada Brasil, cresce a sensação de que está mais difícil a sobrevivência de práticas demagógicas e retrógradas - preferidas por espertalhões e por falsas lideranças -, que condenam os mais fracos e humildes à eterna indigência espiritual e material. Felizmente, os nossos jurássicos estão sendo mandados para casa. Uns poucos, para profundas reflexões; muitos, para a solidão soturna de seus dilemas e dívidas.
Somos protagonistas, e não meros coadjuvantes, da história atual deste exuberante rincão brasileiro, cujo futuro nos pertence, que, se no passado foi escrita com sangue dos nossos precursores, deverá, hoje, sê-lo, mas com o verde da esperança!
Que se continue com a purgação: no domingo próximo, aposentando o Dodó, que já há muito o merece! O desfecho do outro, o Pau-Ferro, disse-o um combativo senador macuxi, ficará por conta de Lula, que, sem dúvida, exortará a revigorada Casa Legislativa a expurgar de seus quadros essa renitente espécie, embora tenha, como um gato, sete vidas!...
Portanto, roraimenses, contra o atraso, no domingo, urge que se use a força do voto consciente! A mais devastadora arma da democracia! É vencer e vencer!
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