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Cronicas-->O poder a se perder. -- 08/10/2003 - 17:20 (Raul Pinto) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

"Todos temos nosso dia marcado, a vida nos é irreparavelmente breve; fica-nos o encargo de estendermos nosso nome, por meio de nossos feitos".
[Virgílio]

Os três mambembes e o Mecenas
DOS MUITOS VEZOS do homem, a ganància parece a mais devastadora. A mediocridade é seu húmus. A miséria, fruto de sua prenhez.
Imagina um espetáculo em longa temporada, descortinado em quase quatro anos, em que três mambembes fingem ser coadjuvantes e o Gunga-Muxique finge não ser seu principal protagonista. Imagina que, para lhe fazer vistas grossas, diligentes convençais, inflados a salamaleques, precisem fartar-se em jucundos repastos.
Imagina, agora, que saia dessa teia ficcional o seguinte episódio: o mambembe ancião - que sempre fora afagado a rapapés e considerado, até em recente, pelo Gunga-Muxique o mais competente de seu restrito entourage -, depois de amargar alguns dias no xilindró sob a acusação de receptação e outros enquadramentos, e se sentindo, quem sabe, abandonado à própria sorte - que, a bem da verdade, foi voluntária e calculadamente cultivada pelo próprio -, resolve chutar o pau da barraca. Até ai poderia ser tudo previsível. Poderia, se não fosse o simples fato de a lógica não ter lógica nesse tipo de enredo. Ou seja, o dito cujo, executor de presumíveis desmandos - os quais denuncia -, se está isentando de qualquer responsabilidade por seus atos, como a se crer inimputável por avançada idade. Ora, já se disse, ser o viajante a soma de todos os seus caminhos. O vetusto mambembe esforça-se para subtrair alguns. Parece não se importar com a distància entre o querer e o poder... O certo é que é uma presa a cambalear quase abatida, em liberdade com contagem regressiva, atraindo, para se lhe banquetearem, furibundas hienas. Estas a usarão, no quanto for possível, para atingirem suas desejadas metas de poder.

A farsa humana
A INTELIGÊNCIA do homem é opima ante as possibilidades da utopia. A querer, a realidade poderá ter muitas faces. Quando conveniente, fazem-na absurdamente fantasiosa. Porém a realidade é. Mais cedo ou mais tarde ela desponta. Tentar dissimulá-la é cobrir o sol com a peneira. Sua quididade sempre estará onde ela estiver. Nada mais real que o soturno, renitente e degradante quadro, em plena Capital, ali, no lixão da Prefeitura: fruto desmamado de todas as ganàncias. Vultos humanos e lixo. Visite-os.

Pilombêta, o imbecil.
PILOMBÊTA é um imbecil e acredita serem bem intencionados os que querem, a qualquer preço, se apossar do velocino de ouro: o de quepe, logo; a santa, mais tarde.
Idiota, esboça um ar grave de indignação com o que crê ser deslavada mentira o banzeiro em torno do caso Cobal... Bocó, confia nas mirabolantes promessas da Carranca do Velho Chico que, não vão lá muitos anos, mantinha a patuléia a bucho e peixe congelado, muitas das vezes estragados, mas que, agora, está a exibir reluzentes cartões magnéticos, prometendo distribui-los, num festival de dinheiro da Viúva, à velha e sofrida choldra sempre crédula... Na condição, evidente, de esta a conduzir à cadeira que lhe foi por dois mandatos... Ele, o Pilombêta, acredita, também, no comprometimento de aquela Figura engordar em mais R$ 40,00 o vale alimentação, implementado e capitaneado, com enorme êxito, pelo governo do Estado, - embora seja de consciência não ser a melhor solução para o enfrentamento de mazelas Cronicas -, que beneficia cerva de sessenta mil famílias carentes com R$ 30,00 mensais.
Pilombêta, o imbecil, confia em tudo que vê e ouve: está encantado com a promessa das velhas raposas, agora unidas, de que farão da justiça o fanal de seus governos, embora se valham de sórdidos ardis e deslavadas mentiras para alcançarem seus reais propósitos.


A fábula
ERA UMA VEZ um reinado distante... Tão absurdamente distante, que animais, vegetais e homens confabulavam. Ao contrário das sociedades conhecidas, porém, aqueles eram senhores e estes, seus vassalos...
Certa vez, na pausa de um grande evento, alguém teve a idéia de ocupá-la com uma rodada de adivinhações... Perguntando, então, à ralé:
- Vocês sabem a diferença entre a Ave Peralta, o Cão Dodó e o Pau-Ferro?...
- Eu sei! Eu sei! - Era o Nerso da Capitinga, saindo do seio da multidão, em destrambelhado alvoroço, buscando o palanque improvisado...
- Uai! O que faz o Nerso aqui entre nós, indagou-se Pilombêta...
- Ói eu arqui de novo, sós! - Assumindo, em seguida, um ar grave, em detrimento da graça atoleimada e conhecida da personagem:
- Minha gente! O que não se faz por dinheiro, às vezes o artista precisa comer o que o diabo enjeitou... Eu tenho enganado vocês nesta e noutras campanhas. Mas hoje não lhes vou faltar com a verdade...
- Pilombêta: eta porra!
- É o seguinte - continuando Bismarck: em princípio, não há muita diferença entre eles, posto que todos os três estão ricos, valendo-se das inesgotáveis tetas da Viúva. A diferença entre eles está, então, no como e no quanto... Melhor explicando: enquanto o Cão Dodó e o Pau-Ferro fartaram-se - sem nunca deixar de perder novas e quaisquer oportunidades -, de papudas comissões de verbas de fora; a Ave Peralta surrupiou - e está a fazê-lo - os parcos recursos locais, ferindo de morte, digamos, quase todos os programas sociais... Daí a penúria de vocês. Ou seja, enquanto aqueles se fizeram valer de vetustas e admitidas práticas oligárquicas, esta amarrou o jumento em pau-de-galinheiro...
- Ocês entendeu? - Assumindo os trejeitos da personagem...

Moral: Até para malversar, há que ter miseravelmente o tal bom-senso.
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