A Estrada
Magno Matheus da Rocha
Em pequeno, meu pai me pegou pela mão
E disse: vamos, juntos, seguir esta estrada
Embora sem saber, não lhe perguntei nada
Apenas olhei e o segui, então.
Depois de caminhar longo tempo, ele parou,
Sentou-se à beira da estrada poeirenta
E disse: meu filho, vem aqui, senta
Quero descansar do tempo que passou.
Tanto tempo já passara e nem notei
Que já crescera e não era mais criança
Olhei para meu pai e pensei
Que o tempo não apagara a lembrança
Do dia em que partimos, já distante
E sem saber daquela caminhada
Parei também por um instante
Olhei para o princípio da estrada
E vi meu pai voltando só, e dando adeus
Dizendo: vai em frente, em linha reta
Não se deixe levar pelos caminhos
Incertos e inseguros. Seja alerta
Pois esta estrada é muito sinuosa
Onde há espinhos, existem flores
Mas, também é traiçoeira e perigosa
Escolha seu caminho, e com cuidado
Em escolher seus amigos e amores
Que o incauto sempre está fadado
A viver uma vida só de dores.
Segui a estrada sempre em frente
Pensando em qual o caminho a tomar
Então, vi um velho que, sentado
Parecia estar ali a me esperar
Perguntei-lhe, então, o nome da estrada
Que tanto tempo estava a caminhar
Ele disse, sorrindo, seu nome é Vida
Guarde bem, jamais essa jornada
Será em vão, se desde sua partida
Não seguir em linha reta, com razão
Aquele que se desvia do caminho
E anda por aí, sem direção
Perde o rumo desta Vida
E não encontra paz no coração.
Em 24/11/2004
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