Usina de Letras
Usina de Letras
224 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62073 )

Cartas ( 21333)

Contos (13257)

Cordel (10446)

Cronicas (22535)

Discursos (3237)

Ensaios - (10302)

Erótico (13562)

Frases (50483)

Humor (20016)

Infantil (5407)

Infanto Juvenil (4744)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140761)

Redação (3296)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6163)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cordel-->LENDA DO SACI-PERERÊ -- 07/04/2009 - 19:04 (Benedito Generoso da Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
LENDA DO SACI-PERERÊ

“Saci-Pererê duma perna só
Pitou no cachimbo da minha vó.”

Conta-se que no sertão,
Em noite de ventania,
Arrebentou-se um bambu
E dum seu gomo saía
Um molequinho pelado,
Negrinho e endiabrado,
Era o Saci que nascia.

Pulando numa só perna
Com o cachimbo na boca,
Seu negrume realçava
O vermelho de sua touca;
Montava em pêlo cavalos,
Saltando cercas e valos,
Numa correria louca.

Fazia trança nas crinas
E emaranhava os rabos,
Seu assobio nos campos,
Deixava os animais brabos;
Adentrando-se nas casas,
Do fogão espalhava brasas,
Assim aprontava os diabos.

O fogo ele assoprava
Faiscando num clarão,
Esturricava o arroz
E queimava o feijão;
A criançada fugia,
Quando ele ao vento fazia
Redemoinhos no chão.

Quem sobre o redemoinho
Lançasse uma peneira
De taquara trançada
Com uma cruz na esteira,
Prenderia o peraltinha,
Mas coragem ninguém tinha
Para agir dessa maneira.

Rezou-se aí uma novena
E o povo pediu urgente
Socorro a São Benedito,
Que atendeu prontamente;
Foi e achou o Saci rindo,
No sertão se divertindo
Às custas da pobre gente.

Censurou o santo em vão
O bagunceiro perneta
Para não fazer mais artes,
Porquanto ele fez careta
E, para maior espanto,
Zombou ainda do santo,
Dando uma pirueta.

O santo não perdoou
Tamanha desfaçatez,
Agarrando o Saci,
Vejam só o que ele fez:
Pendurou-o pela perna
Na entrada da caverna
E lá o deixou de vez.

Da estrada o transeunte
Escuta a voz do Saci,
Conforme o sertanejo,
De quem o caso eu ouvi,
Um dia, no meu passado,
Deixando-me assustado
Tanto que não esqueci.

Alguém que vai até lá
Na certa ouve o grito
Do Saci dependurado,
Que pede socorro aflito,
Bradando: - Ei, você aí,
Por favor, traga-me aqui
Meu amigo Benedito!

BENEDITO GENEROSO DA COSTA
benegcosta@yahoo.com.br
DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS



Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui