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Artigos-->Uma crônica por dia (http://pesp.hpg.com.br) -- 23/08/2002 - 08:50 (Penfield Espinosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Uma crônica por dia (http://pesp.hpg.com.br)



Penfield Espinosa





Plínio Marcos, o teatrólogo santista das quebradas do mundaréu, foi contratado para escrever crônicas diárias em um jornal que não existe mais.



O também teatrólogo Nelson Rodrigues então disse para ele, com sua voz caracteristicamente rouca:



-- Não pense que você vai conseguir escrever uma crônica por dia logo de cara. Vai por mim: eu conheço esse negócio e é melhor você começar com uma por semana.



Quem estiver lendo esta página com alguma atenção sabe que P. Espinosa é o modesto autor destas bem traçadas linhas. O nome P. não é charme, nem pseudônimo. Meu pai era um advogado e se interessava muito pelo trabalho do jurista americano Penfield Jackson. Como se sabe, quando um filho nasce apenas os pais muito precavidos -- e talvez enfadonhos -- sabem que nome dar ao filho.



Quem quer que tenha acompanhado o processo Microsoft versus estados americanos e que, portanto, tenha estado vivo nos últimos anos, saberá que Penfield Jackson foi muito importante no processo. Ele é um jurista americano com especialização em legislação anti-truste. Também um juiz, foi designado pelo juiz principal do caso para tentar fazer chegar a um acordo a Microsoft e os procuradores dos estados dos USA no processo anti-truste que estes moviam (e alguns ainda movem) contra aquela.



O ínclito Penfield Jackson, meu xará foi muito crítico no processo e, na busca da chamada verdade verdadeira que os juristas comentam, chegou a investigar em detalhes questões técnicas que poucos técnicos acompanham. Enfim, eu me senti muito honrado e, mais uma vez, confirmei a sabedoria de meu pai em escolher para mim semelhante nome.



Ainda, é claro, que o nome completo do juiz e jurista seja Thomas Penfield Jackson, e que alguém mais modesto que papai talvez preferisse um mero Thomas, ou Tomás, como os nacionalistas daquele tempo usariam. Mas estávamos na Bahia, terra onde a fantasia chega aos nomes, e Penfield é certamente mais bonito e raro que Tomás. Ou do que Thomas.



De qualquer modo, o nome Penfield nunca me aborreceu e hoje em dia chega a ser motivo de justo orgulho para este que modestamente batuca seu teclado em noites de sábado. Porém -- e sempre há um porém --, mesmo lá este é um nome muito raro. Um prenome mais raro ainda. Assim, neste país onde poucos falam inglês, meu nome causa muita estranheza.



Melhor, muito melhor, esconder o motivo de meu orgulho -- meu nome! -- sob um ponto. Algumas pessoas escreveram, curiosas por causa de minha elipse de nome. Pois bem, que esta crônica, que se quer semanal, seja ao mesmo tempo o começo de um novo tempo para este site na Web, e uma explicação para minha modesta elipse de um nome tão imponente, de um grande jurista, que as atitudes fizeram honrar.



Um cronista com muita cancha e muito estilo, um Carlos Heitor Cony, um Rubem Braga ou Otto Lara Resende, se fosse o autor de uma crônica retrospectiva como esta talvez pudesse dizer, com muita classe, que a crônica não teve assunto, foi uma mera forma de preencer a coluna.



Eu, que pouca graça tenho, não saberia dizer isso. Muito menos tenho que preencher o espaço com palavras para preencher a barriga de criancinhas com leite e papinhas... o querido "leite das criancinhas", que muitas vezes é apenas o uísque do marmanjo. Assim, digo, que preenchi o espaço com a promessa de escrever pelo menos uma vez por semana, que abri meu coração e mostrei meu nome.



Até lá para quem estiver lendo estas bem traçadas linhas... Lembrem-se: não sou eu quem as traço, mas este meu computador, e depois o seu.





S. Paulo, 23 de agosto de 2002

(Copyright © 2002-2006 Penfield da Costa Espinosa)
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