Lamento as flores em vão, cuspidas com seu azedume.
Lamento todos os afagos, limpados com desprezo em cada partida minha.
Lamento suas palavras enojadas, desprovidas do que significa ser.
Lamento o beijo escondido, com sua boca de cacto, numa boca vulgar qualquer. Numa boca que riu de mim, mas que eu lamentei por ela também.
Lamento sua raiva inventada, que se emanou feito praga.
Enfim, lamento tantas coisas...
Mas não lamento meu tempo quando estava em seu tempo.
Fiz minha parte. E sei quem sou.
E você? Sabe se olhar cruamente no espelho sem vomitar?
Mariana Antonelli
*DIREITOS AUTORAIS RESERVADOS*
fale com a autora: marirj@ajato.com.br |