Estou vendo na faculdade algo que tem me feito pensar na maneira que as pessoas encaram a realidade. Nas aulas vem sendo discutido a sociedade de consumo em que vivemos, onde pagamos e recebemos. A cultura do ter é tão arraigada em nós, que usamos isso em todos os setores de nossas vidas.
Pensando nisso comecei a observar as pessoas e a mim mesma também. E sabe que notei um "toma lá, dá cá" em todos os relacionamentos?
Entre namorados adolescentes que cobram do outro atitudes em troca de suas próprias ações. "Eu não saí com minhas amigas então você também não vai sair com os seus amigos. Você não vê o que eu faço? Eu te amo!" São conversas comuns, não só entre adolescentes, mas entre adultos também.
Pais e filhos, "Eu vou passar no vestibular e vou ganhar um carro" ou "Meu filho é um exemplo, nunca Me deu trabalho". Vocês conseguem perceber? A cobrança que existe? Nos preocupamos primeiro com a gente, o que EU estou fazendo, o que MEU filho não faz porque EU não gosto. E o outro? Você se preocupa com o fato do namorado não ter pedido a namorada que deixasse de sair com as amigas? Ou se o que seu filho quer ser ou fazer as vezes não tem nada a ver com o que você julga ser bom? Alguém já parou para pensar no massacre que fazemos todos os dias em nome do amor? Uma pessoa não vem só com qualidades, pela metade. Ela existe inteira e por mais que a gente tente esconder parte de nós para não magoar quem amamos, um dia é preciso ser você mesmo. E é nesse dia que magoamos e decepcionamos.
É preciso abrir os olhos e enxergar que não possuímos ninguém, que não há como pagar o amor, nem mesmo com entregas, provas, sacrifícios. O amor não tem preço, ele existe por ele mesmo. As pessoas acham que dominam o amor e o ser amado, mas chega um momento que a liberdade vence a "dívida". No princípio nos sentimos culpados por estar magoando o outro, mas a sensação de ser livre é maior que remorso.
Ame livremente e deixe que o outro também o faça, assim a felicidade será maior, pois teremos a certeza de que o outro está ali porque quer e não como "pagamento" ao "grande amor" feito de entregas que a gente "dá".