Fortaleza - Na última segunda-feira o promotor de justiça Walter Silva Pinto Filho, coordenador geral do DECOM no Ceará, foi surpreendido por uma reclamação nada ortodoxa. Um cidadão, que se negou a entrar na fila, insistia em falar diretamente com o coordenador.
Uma vez na sala de Pinto Filho, o reclamante colocou uma sacola sobre a mesa e manifestou o desejo de processar um distribuidor de cocaína que lhe havia repassado material de segunda categoria. A princípio, Pinto Filho pensou tratar-se de um louco, e pediu a sua secretária que ligasse para o hospital psiquiátrico municipal.
O reclamante reagiu derramando o conteúdo da sacola em cima da mesa. "Tá vendo, é cocaína", gritava o traficante, "só que não presta." Como o coordenador ficou atônito e em silêncio, o reclamante tirou um espelhinho do bolso, fez uma fileira de pó, pegou um canudinho de alumínio e ofereceu a Pinto Filho: "Prove o senhor mesmo e veja se não tenho razão." Foi bem na hora em que o policial de plantão no DECOM entrou na sala e prendeu o traficante em flagrante.
"Eu não sabia o que fazer. Pensei que era brincadeira, mas depois fiquei assustado", declarou Pinto Filho. "A sorte foi que por engano deixei o viva-voz do telefone ligado, e a secretária ouviu toda a conversa e chamou o segurança."